A condenação de ex-funcionário da Unity, Rod Stafford, a 22 anos de prisão no Reino Unido, após ser considerado culpado por 33 crimes sexuais, incluindo estupro e abuso de menores, chocou a indústria de tecnologia. A sentença foi proferida pelo Tribunal da Coroa de Oxford, que também determinou licença estendida, registro vitalício como criminoso sexual e restrições adicionais. O caso levanta sérias questões sobre os processos de contratação e a responsabilidade das empresas em eventos do setor.
Stafford, que também utilizava os nomes Roderick Bryce-Hagain e Roderick Bryce-Stafford, representou a Unity em eventos importantes do setor entre 2023 e 2024, incluindo Developer Conference, Reboot Develop e GDCy. Na época, ele atuava na área de serviços de nuvem e jogos, além de ocupar um cargo executivo na Merchiston Consulting.
O histórico criminal de Stafford é extenso. Em 2004, ele foi condenado por abusos cometidos enquanto servia como oficial do Exército Britânico, incluindo trocas de favores sexuais por avaliações e agressões a colegas. Ele cumpriu três meses e meio de prisão após um julgamento militar. Essa reincidência, combinada com sua atuação pública em nome da Unity, levanta preocupações sobre como a empresa o contratou e permitiu que ele a representasse.
Após a confirmação da sentença, a Unity declarou que Stafford não faz mais parte da empresa. No entanto, a empresa não esclareceu por quanto tempo ele esteve empregado. Documentos indicam que ele ainda estava na empresa em abril de 2025, mês em que seu julgamento ocorreu. A Unity se recusou a comentar quando soube dos procedimentos criminais contra Stafford e como conseguiu contratar alguém com um histórico de má conduta sexual.
Além da condenação de ex-funcionário da Unity, a empresa enfrentou uma onda de demissões no início de 2025. Em fevereiro, a Unity comunicou os cortes por e-mail, afetando toda a equipe da ferramenta Unity Behavior, utilizada para criar comportamentos para NPCs e objetos. A ferramenta fazia parte da estratégia da empresa para expandir soluções de inteligência artificial e automação em jogos.
Em 2024, a Unity já havia demitido cerca de 1.800 pessoas, resultando em um impacto financeiro significativo. Esses eventos colocam em questão a gestão de recursos humanos da empresa.
A situação da condenação de ex-funcionário da Unity expõe a necessidade de maior rigor nos processos de contratação e verificação de antecedentes. A responsabilidade das empresas em garantir a segurança e o bem-estar de seus funcionários e da comunidade em eventos do setor é crucial.
Via TecMundo