Executiva do BID destaca a importância da bioeconomia na Amazônia em evento em Miami

Executiva do BID defende a necessidade de ações para proteger a Amazônia durante evento em Miami.
21/03/2025 às 15:01 | Atualizado há 3 meses
Bioeconomia na Amazônia
Tatiana Schor do BID destaca a conexão entre estabilidade macroeconômica e mudanças climáticas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A vasta e complexa Amazônia, com suas nuances sociais, econômicas e ambientais, apresenta desafios únicos que demandam soluções inovadoras. Nesse cenário, a bioeconomia na Amazônia surge como uma alternativa promissora para conciliar a preservação da região com o desenvolvimento sustentável.

Tatiana Schor, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ressalta a importância de aliviar a pressão sobre a floresta, criando mecanismos que impulsionem a bioeconomia. Para isso, é crucial facilitar o acesso ao crédito e atrair investimentos de qualidade para a região.

O BID tem colaborado com bancos de desenvolvimento locais, como o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil, para ampliar o acesso ao crédito para negócios sustentáveis na região. Além disso, lidera uma coalizão verde de bancos regionais, buscando padronizar as melhores práticas de financiamento para a Amazônia.

Um exemplo de inovação financeira promovido pelo BID é o debt-for-nature swap, um mecanismo que converte dívidas governamentais em investimentos ambientais. O primeiro acordo desse tipo na Amazônia ocorreu no Equador, através da iniciativa Amazon Forever. Essa iniciativa se estrutura em cinco pilares: bioeconomia e economia criativa, combate ao desmatamento, investimento em educação e saúde, infraestrutura resiliente e agricultura sustentável.

Para Tatiana Schor, reduzir os riscos associados aos investimentos na Amazônia é fundamental para atrair capital privado e promover o desenvolvimento sustentável. Isso envolve fortalecer as instituições locais e capacitar prefeitos e governos subnacionais. É preciso combater atividades ilegais, como a mineração de ouro e o narcotráfico, oferecendo alternativas econômicas legais e sustentáveis aos jovens.

A participação das comunidades amazônicas é indispensável nessa estratégia. Povos indígenas, quilombolas, afrodescendentes e ribeirinhos são peças-chave na preservação da floresta e na construção de um modelo econômico que respeite a biodiversidade e as tradições locais. A bioeconomia na Amazônia se mostra, assim, como um caminho promissor para o futuro da região.

Via InfoMoney