A expectativa de corte de juros pelo Fed nesta quarta-feira gera debates entre economistas. A previsão é de uma redução de 0,25 pontos base, mas as opiniões divergem sobre os passos seguintes da política monetária.
Dados recentes como o aumento do desemprego e os pedidos de auxílio indicam a necessidade de estímulos ao mercado de trabalho. A inflação apresenta um quadro misto, e os especialistas analisam se o Fed deve seguir cortando juros ou fazer uma pausa.
Diferentes economistas projetam cortes em sequência até 2025, considerando a delicada situação econômica dos EUA. O próximo comunicado do Fed será decisivo para entender os rumos da economia, equilibrando inflação e criação de empregos.
Com base nas expectativas do mercado e nas ferramentas de monitoramento, o Corte de juros Fed é amplamente esperado para esta quarta-feira, com uma redução de 0,25 pontos base. A grande questão agora reside no ritmo dessa flexibilização monetária, que tem gerado debates entre economistas e agentes do mercado. Acompanhe os detalhes e projeções.
A desaceleração nos dados de emprego, juntamente com o aumento nos pedidos de auxílio desemprego, sinaliza a necessidade de um estímulo ao mercado de trabalho. A inflação apresenta um quadro misto, com alta nos itens sensíveis às tarifas de Donald Trump e desaceleração nos demais componentes.
Há diferentes projeções sobre os próximos passos do Corte de juros Fed. José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, prevê um corte de 0,25 p.p. nesta quarta-feira, seguido de uma pausa em novembro e outro corte em dezembro. Rafael Perez, economista da Suno Research, compartilha dessa mesma expectativa.
Na XP Investimentos, Rodolfo Margato projeta três cortes ainda em 2025, ocorrendo em setembro, novembro e dezembro. Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG, e Thiago Calestine, economista e sócio da Dom Investimentos, também trabalham com a probabilidade de três cortes.
O mercado antecipa uma chance de 75% de que ocorram três reduções de 0,25 p.p. até o final do ano. Se confirmados, esses cortes levariam a taxa de juros dos EUA para um intervalo entre 3,5% e 3,75% até dezembro.
Thiago Calestine, da Dom Investimentos, destaca a delicada situação da economia americana, com inflação persistente e aumento do desemprego. Segundo ele, o Corte de juros Fed coloca a autoridade monetária em uma posição difícil, dividida entre controlar a inflação e estimular o mercado de trabalho.
O mercado de trabalho dos Estados Unidos tem sido um fator determinante para o consenso sobre o Corte de juros Fed. O relatório de emprego de agosto indicou a criação de 22 mil novas vagas, abaixo das projeções, e uma revisão apontou a redução de 911 mil vagas em relação aos dados anteriores. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, o maior valor desde 2021.
Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, superando as expectativas, e o aumento anual da inflação foi o maior em sete meses. Por outro lado, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) caiu 0,1% em agosto.
Rafael Perez, economista da Suno, ressalta que o Banco Central dos Estados Unidos deve equilibrar seus mandatos de emprego e inflação. Ele observa que os dados de trabalho têm surpreendido, mostrando uma perda de dinamismo mais rápida do que o esperado.
Perez aponta que a discussão central no mercado será sobre cortes sucessivos ou cortes com pausa. Ele acredita que haverá um corte, uma pausa e outro corte em dezembro, devido à resiliência da inflação e aos riscos adicionados pela guerra comercial.
Rodolfo Margato projeta três cortes, atribuindo-os à perda de fôlego do mercado de trabalho. Ele revisou sua visão anterior de um máximo de dois cortes para pelo menos dois cortes até o final de 2025.
Thiago Calestine, da Dom Investimentos, alerta para os impactos da política anti-imigração de Donald Trump nos números do mercado de trabalho, com a redução do número de imigrantes na economia americana.
A próxima reunião do Fed será crucial para definir os rumos da economia americana. José Alfaix defende uma postura cautelosa e progressiva no Corte de juros Fed, com um corte seguido de observação, devido ao risco de aumento de preços no final do ano.
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, reforça a aposta em três cortes em 2025, devido aos sinais de desaquecimento da economia. Ela espera que o comunicado evite dar sinais claros dos próximos passos, dada a delicadeza do balanço de riscos.
Andressa Durão, economista do ASA, avalia que o comunicado do Fed não precisará revisar a projeção de inflação de 2025 para cima, e que o PIB pode ser revisado para cima, considerando as últimas revisões trimestrais.
Jerome Powell deverá afirmar que os dados reforçaram a percepção de maior risco no mercado de trabalho, justificando a necessidade de reduzir a taxa de juros em direção ao nível neutro, conclui Durão.
Via InfoMoney