O Brasil se destaca no cenário internacional por seu papel nas negociações climáticas, e há grande expectativa para que a COP30 em Belém impulsione avanços significativos. A conferência buscará estratégias de implementação eficazes para atingir as metas de emissão de gases do efeito estufa, conforme estabelecido no Acordo de Paris, e consolidar o Artigo 6 do mercado de carbono no Brasil.
A visita ao Parque da Cidade em Belém revelou um local com 90% das obras concluídas, com uma parte a ser entregue em breve. O parque foi escolhido pela ONU para sediar a COP30, com a instalação dos pavilhões Azul e Verde, que receberão as negociações governamentais e as discussões intersetoriais. A delegação presente na visita foi liderada por Dan Ioschpe, nomeado Campeão Climático de Alto Nível da COP30, e contou com a participação de Nigel Topping e Gonzalo Muñoz, campeões de edições anteriores da conferência.
A construção do Parque da Cidade foi acelerada em preparação para a COP30, impulsionada por investimentos dos governos federal e estadual. Após a conferência, o parque se consolidará como um dos maiores espaços públicos urbanos da Região Norte, oferecendo áreas verdes, espelhos d’água, ciclovias, equipamentos esportivos e infraestrutura para eventos culturais em seus 500 mil metros quadrados.
O Brasil tem um histórico de protagonismo em eventos climáticos globais, como a Rio92 e a Rio+20. Na Rio92, foi estabelecido o conceito de desenvolvimento sustentável e criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), base para a primeira COP em 1995. Já a Rio+20, em 2012, definiu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e lançou a Agenda 2030, que serviu de base para o Acordo de Paris.
O foco da COP30 é a definição de acordos concretos, com a Presidência incentivando um esforço coletivo de todos os atores. Durante a visita ao parque, representantes locais enfatizaram a importância de criar uma agenda de investimentos viável, com a adaptação climática como prioridade. Além disso, destacaram a necessidade de incluir estados e municípios na implementação de soluções.
A participação da sociedade civil é fundamental para garantir que a COP30 seja um espaço de diálogo e participação social permanente. A conferência deve promover justiça climática, unindo desenvolvimento econômico, social e sustentabilidade. As discussões multilaterais estão em andamento, visando o grande objetivo em novembro, onde governos, empresas, investidores e sociedade civil trabalharão juntos para avançar o financiamento da transição climática.
Belém está se preparando para receber a COP30, e é essencial unir forças para superar os desafios e acelerar os investimentos necessários. O engajamento de todos é crucial para o sucesso deste evento, que tem o potencial de ser um dos mais importantes para o futuro do planeta.
Via Exame