O entrave no Diálogo com Congresso tem sido apontado como um dos principais desafios para o avanço das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. Economistas alertam que a falta de consenso e a insistência em soluções focadas apenas no aumento da arrecadação, em vez de reformas estruturais, podem comprometer o equilíbrio das contas públicas.
A equipe econômica do governo conta com R$ 10 bilhões provenientes do pacote fiscal para equilibrar as finanças ainda este ano. As medidas incluem o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), alíquotas sobre apostas esportivas e a taxação do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA).
No entanto, o Congresso Nacional ainda não demonstrou urgência em aprovar essas medidas. Um projeto que suspende a taxação do IOF está em pauta na Câmara dos Deputados, mas a medida provisória com as demais alterações sequer tem um relator designado, evidenciando a lentidão no Diálogo com Congresso.
Analistas financeiros argumentam que o próprio Congresso tem contribuído para desequilibrar o cenário fiscal. Economistas afirmam que as medidas propostas pelo governo são cruciais para o fechamento das contas públicas deste ano e do próximo, apesar de não serem consideradas ideais por não promoverem mudanças estruturais nos gastos.
Ainda que todas as medidas do governo sejam aprovadas, especialistas alertam que ainda será necessário encontrar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões para fechar as contas de 2026. A falta de Diálogo com Congresso pode levar a bloqueios e contingenciamentos ainda maiores nos próximos anos, impactando o funcionamento da máquina pública.
A percepção de alguns economistas é de que o Congresso pode estar aguardando um novo governo em 2027 para realizar um ajuste fiscal mais rigoroso. A situação pode persistir até o fim do mandato do atual presidente, com bloqueios e contingenciamentos cada vez mais frequentes, refletindo a dificuldade no Diálogo com Congresso.
Via InfoMoney