Fazenda Futuro reavalia sua estratégia e retorna ao básico

A Fazenda Futuro redefine sua abordagem e foca na simplicidade do plant-based.
29/07/2025 às 06:33 | Atualizado há 4 dias
Fazenda Futuro
A Fazenda Futuro renasce com foco no varejo e operações mais enxutas. (Imagem/Reprodução: Investnews)

Após um período de reestruturação, a Fazenda Futuro, pioneira no mercado de **carne vegetal** no Brasil, traça novas estratégias para solidificar sua presença no cenário nacional. A empresa ajustou seu foco após a diminuição do interesse global por produtos plant-based, que atingiu seu auge entre 2020 e 2022, afetando grandes nomes do setor como Beyond Meat e Impossible Foods.

A Fazenda Futuro, que chegou a levantar R$ 300 milhões com planos de **IPO**, optou por uma postura mais discreta, concentrando-se nas vendas e no contato direto com o consumidor. O cofundador da marca, Marcos Leta, expressou surpresa diante de boatos sobre o fechamento da empresa, que ele atribui à menor exposição nas redes sociais e maior presença nas ruas.

Atualmente, a Fazenda Futuro está presente em 20 mil pontos de venda no Brasil, apostando em uma operação mais enxuta e focada no consumidor final. Uma das primeiras ações desta nova fase foi o lançamento de um hambúrguer plant-based em embalagem individual, visando atrair novos clientes.

A empresa interrompeu seus planos de expansão global, que incluíam Reino Unido, Chile, Austrália e Estados Unidos, para concentrar-se no mercado brasileiro. A operação internacional foi reduzida, as equipes foram reestruturadas e o foco passou a ser entender as necessidades dos consumidores locais.

Fundada em 2019 por Marcos Leta e Alfredo Strechinsky, também fundadores da marca de sucos Do Bem, a Fazenda Futuro levantou R$ 300 milhões em 2021, alcançando uma avaliação de R$ 2,2 bilhões. Em 2024, Leta e Strechinsky recompraram a participação do BTG Pactual, que havia investido R$ 115 milhões, e passaram a conduzir a empresa com um grupo menor de sócios e dois fundos.

Segundo Marcos Leta, a Fazenda Futuro vive um momento de foco em uma operação enxuta, próxima do consumidor e menos dependente de capital externo. A prioridade agora é crescer de forma consistente, e não a qualquer custo. Apesar das dificuldades do setor, Leta vê espaço para crescer e afirma que a empresa segue operando com volumes consistentes.

A mudança de estratégia da Fazenda Futuro acompanha a desaceleração do mercado plant-based no Brasil e no mundo. A alta da inflação global pós-pandemia fez com que muitos consumidores reduzissem o consumo de alternativas vegetais. A Beyond Meat, por exemplo, viu seu valor de mercado cair drasticamente.

Outras empresas também tomaram medidas como demissões e vendas de marcas. No entanto, o setor continua crescendo, com as vendas no varejo brasileiro de carne e frutos do mar plant-based somando R$ 1,1 bilhão em 2023. As categorias de leite e iogurte plant-based movimentaram cerca de R$ 700 milhões, totalizando aproximadamente R$ 1,8 bilhão.

O índice de recompra também aumentou, com 53% dos consumidores afirmando que voltariam a comprar. O desafio é o preço ainda elevado e a dificuldade de encontrar os produtos nos mercados. Marcos Leta estima que o mercado para os produtos da Fazenda Futuro no Brasil seja menor do que se esperava, com um mercado endereçável de R$ 200 milhões por ano.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.