A Food and Drug Administration (FDA), agência americana equivalente à Anvisa, autorizou dois estudos clínicos inovadores. Esses estudos irão avaliar a segurança e eficácia do Xenotransplante de órgãos, usando órgãos de animais geneticamente modificados em humanos. Esta é a primeira vez que pesquisas desse tipo recebem aprovação oficial.
Os testes usarão rins de porcos geneticamente modificados para transplante em pacientes com doenças renais graves. A United Therapeutics Corporation (UTC) liderará um estudo com seis pacientes inicialmente, podendo chegar a 50 se os resultados iniciais forem positivos. A startup eGenesis conduzirá outro estudo, começando com três voluntários.
Os participantes são pessoas com insuficiência renal avançada, inelegíveis para transplantes convencionais. Ou, aqueles com poucas chances de receber um órgão humano nos próximos cinco anos. Os Xenotransplante de órgãos envolvem o uso de órgãos de animais, geralmente porcos, modificados geneticamente. Modificações genéticas visam reduzir a rejeição imunológica e aumentar a compatibilidade com o corpo humano.
Os pacientes serão monitorados por seis meses, buscando sinais de rejeição, infecções por patógenos suínos, ou outros efeitos adversos. Após esse período inicial, os voluntários retornarão periodicamente para exames ao longo da vida. Isso permitirá avaliar a durabilidade dos rins transplantados e o impacto na saúde a longo prazo.
Embora sejam os primeiros ensaios clínicos, o Xenotransplante de órgãos já foi usado anteriormente. Pelo menos três pessoas receberam rins de porco; dois americanos receberam corações de animais, e um paciente chinês um fígado suíno. Destes, somente a americana Towana Looney, que recebeu um rim em 2024, continua viva.
O primeiro Xenotransplante de órgãos (rim de porco) em humanos foi realizado pelo Dr. Leonardo Riella, do Massachusetts General Hospital. O procedimento, em março de 2024, foi realizado no paciente Richard Slayman, que faleceu pouco tempo depois. Todos esses casos anteriores foram autorizados como “uso compassivo”, um recurso excepcional em situações terminais.
Estudos clínicos, com sua padronização e análise rigorosa de dados, oferecem informações mais robustas sobre a eficácia e segurança de procedimentos médicos. Os resultados desses estudos são essenciais para a aprovação regulatória. Em julho de 2024, a revista Super abordou o tema Xenotransplante de órgãos em detalhes.
Com a aprovação desses ensaios clínicos, a medicina avança em direção à viabilização de Xenotransplantes de órgãos. A expectativa é diminuir as listas de espera para transplante com órgãos de origem animal.