Fed não deve ceder a pressões de Trump e novo presidente pode ficar isolado, diz economista

Fed deve manter posição independente apesar da pressão de Trump por cortes de juros, avisa economista do ASA.
16/12/2025 às 15:42 | Atualizado há 4 horas
               
Fed não deve ceder à pressão de Trump por corte de juros nos EUA. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos não deve ceder às pressões do presidente Donald Trump para cortes imediatos de juros, segundo Fabio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA.

Kanczuk destaca que as decisões sobre a taxa básica são tomadas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), composto por 12 membros, e não pelo presidente isoladamente, o que pode isolar o novo líder do Fed nessa disputa.

Apesar da pressão por redução dos juros, a autoridade monetária americana deve continuar adotando uma postura cautelosa, mantendo o consenso interno do FOMC sobre a política monetária.

O Federal Reserve (Fed) não deve ceder à pressão de Donald Trump para promover cortes de juros nos Estados Unidos, indica o economista Fabio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA. Segundo ele, o próximo presidente do Fed, a ser indicado pelo presidente americano, pode acabar isolado nessa disputa, já que as decisões sobre juros são tomadas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), composto por 12 membros, não individualmente.

Trump tem exigido que o novo líder do Fed apoie cortes imediatos de juros e afirmou que quer ser consultado sobre essas decisões. Apesar disso, Kanczuk acredita que o futuro presidente do banco central americano pode divergir do FOMC e “perder no voto”, dado que é comum haver opiniões divergentes entre os membros do Fed, diferente do modelo brasileiro.

Atualmente, a projeção mediana dos dirigentes do Fed aponta para uma taxa de juros de 3,4% em 2026, com apenas uma redução de 0,25 ponto percentual prevista para o ano. O mandato do atual presidente, Jerome Powell, termina em maio, e Trump tem como principais candidatos Kevin Hassett e Kevin Warsh para assumir a presidência da entidade. Warsh tem ganhado espaço e passou a dividir o favoritismo com Hassett.

Assim, mesmo com a pressão para baixar os juros, as decisões da autoridade monetária americana devem continuar seguindo o consenso do comitê, mantendo uma postura mais cautelosa quanto à redução das taxas.

Via Money Times

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