Figma avalia IPO em quase US$ 20 bilhões após venda frustrada

Após tentativa de venda para a Adobe, Figma avalia IPO que pode atingir US$ 20 bilhões.
31/07/2025 às 11:21 | Atualizado há 2 dias
IPO da Figma
Demanda por ações 40x maior que a oferta mostra forte interesse no IPO de software. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Na quinta-feira, as ações da IPO da Figma, empresa de software de design, começaram a ser negociadas, após a arrecadação de US$ 1,2 bilhão em uma das ofertas públicas iniciais mais aguardadas nos Estados Unidos. A empresa e alguns de seus investidores venderam 36,9 milhões de ações a US$ 33 cada, um valor acima da faixa inicial de US$ 30 a US$ 32.

O preço de colocação avaliou a Figma em US$ 16,1 bilhões, considerando as ações em circulação. Incluindo opções de ações de funcionários e unidades de ações restritas, o valor diluído total alcançou cerca de US$ 18,5 bilhões. Essa cifra se aproxima dos US$ 20 bilhões que a empresa almejava na venda planejada para a Adobe Inc., que não ocorreu em 2023.

Segundo a Bloomberg News, a demanda pelas ações superou a oferta em quase 40 vezes, evidenciando um forte interesse no primeiro IPO da Figma de software relevante nos EUA desde a estreia da SailPoint Inc. em fevereiro.

A Figma é utilizada para criar interfaces de aplicativos web e móveis, expandindo seu portfólio para desenvolvimento de software e colaboração corporativa. A empresa adota um modelo de cobrança baseado no número de usuários e no tipo de licença. Em 2023, introduziu o Dev Mode para integrar desenvolvedores ao processo de design e, recentemente, incorporou inteligência artificial em suas ferramentas. Este ano, lançou o Figma Make, que transforma comandos de texto em protótipos funcionais.

No primeiro trimestre, a receita da Figma apresentou um crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior. Analistas da Bloomberg Intelligence destacam que a rentabilidade da Figma, com uma margem bruta ajustada de aproximadamente 92%, supera empresas de software consolidadas, proporcionando flexibilidade para investir em novos produtos e mercados.

Um aspecto fundamental para o sucesso a longo prazo do IPO da Figma reside na expansão do uso da plataforma para além dos designers. De acordo com Andrew Reed, sócio da Sequoia Capital, as ferramentas da empresa já contam com boa adesão entre desenvolvedores, gerentes de produto e profissionais de marketing. A Sequoia investiu na empresa em 2019, quando a adoção da ferramenta começou a acelerar.

Com a estreia do IPO da Figma, o volume de ofertas iniciais de ações nos EUA em 2025 ultrapassou US$ 21 bilhões, excluindo veículos financeiros como as SPACs. Esse valor é superior aos US$ 20,2 bilhões captados no mesmo período de 2024, conforme dados da Bloomberg.

A demanda pode ter sido impulsionada por um processo de coleta de ordens semelhante a um leilão, no qual os investidores indicavam a quantidade de ações desejada e o preço que estavam dispostos a pagar.

O CEO e cofundador Dylan Field manterá o controle da companhia com 74,1% dos votos após o IPO da Figma, por meio das ações Classe B, que conferem 15 votos cada. Field fundou a Figma em 2012 ao lado de Evan Wallace, quando ambos estudavam na Universidade Brown. Ele deixou a universidade para participar do Thiel Fellowship, um programa que apoia jovens empreendedores que abandonam os estudos.

Nos três meses encerrados em 31 de março, a Figma registrou lucro líquido de US$ 44,9 milhões e receita de US$ 228 milhões. Em 2024, apesar do crescimento da receita, o aumento das despesas operacionais resultou em um prejuízo líquido anual de US$ 732 milhões.

A Adobe desistiu da compra da IPO da Figma devido a impasses com reguladores, pagando uma multa de rescisão de US$ 1 bilhão. A oferta foi coordenada por Morgan Stanley, Goldman Sachs Group Inc., Allen & Co. e JPMorgan Chase & Co. As ações da Figma são negociadas na Bolsa de Nova York sob o ticker FIG.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.