A Gibb, fintech brasileira de salário sob demanda, recebeu um investimento de R$ 3 milhões. Com ele, a empresa pretende expandir suas operações no Brasil, que já atendem 100 mil colaboradores. A meta é alcançar 300 mil usuários até 2025. Este modelo, popular nos EUA, permite que funcionários acessem parte do salário já trabalhado no mês, sem juros.
A Gibb opera em um modelo Business-to-Business (B2B), integrando-se aos sistemas de folha de pagamento das empresas. Os funcionários podem visualizar seus ganhos diários e solicitar transferências via Pix através do aplicativo. A empresa afirma que o serviço não impacta o fluxo de caixa das empresas parceiras. O financiamento dos saques é feito por um Fundo de Direitos Creditórios (FIDC) de R$ 30 milhões.
O salário sob demanda busca oferecer uma alternativa ao endividamento causado por imprevistos financeiros. Com a alta taxa de endividamento das famílias brasileiras (78,5%, segundo a CNC), a Gibb se apresenta como uma opção para evitar juros altos de cheque especial e crédito rotativo. Atualmente, a fintech registra 31% de adesão entre os funcionários das empresas clientes e 88% de recorrência mensal entre os usuários ativos.
Rodrigo Wanderley, cofundador da Gibb, destaca a necessidade de educação financeira. Muitos ainda enxergam a antecipação salarial como um risco, em vez de uma ferramenta para reduzir a dependência de crédito caro. A Gibb segue o exemplo de startups americanas e europeias, onde o salário sob demanda é um benefício corporativo popular. A empresa já atende clientes como Tial, Hubla, Braveo, Befly, Hipercarnes, Hospital Orizonti e Carbel Auto Group.
A Gibb planeja usar o investimento para aprimorar tecnologia, produto, marketing e vendas. Além disso, a empresa visa integrar-se ao Open Finance. Com a integração, os usuários terão acesso a uma visão mais ampla de suas finanças. Também há planos para criar uma conta digital, facilitando a gestão dos recursos. A Gibb considera expandir para outros países da América Latina, como México, Chile e Argentina. Nessas regiões, o acesso ao crédito ainda é limitado e oneroso para grande parte da população. O grande desafio é mostrar para empresas e funcionários que o salário sob demanda é um benefício sustentável e não uma forma de endividamento.
Via Exame