O mercado de Fintechs B2B no Brasil está em expansão. Após o sucesso das fintechs focadas em consumidores, uma nova onda surge, direcionada às empresas. Essa mudança reflete uma necessidade crescente por soluções financeiras mais eficientes para empresas de todos os portes.
Diana Narváez, líder de investimentos da Flourish Ventures na América Latina, destaca a transformação no setor financeiro. Nos últimos dez anos, as mudanças nas finanças pessoais foram significativas, mas o mercado B2B ainda está em desenvolvimento. As startups estão oferecendo soluções inovadoras para pagamentos e aumento de produtividade, principalmente para pequenas e médias empresas (PMEs).
A Flourish Ventures, fundada em 2019, é um fundo de venture capital global com mais de US$ 850 milhões em ativos. Seu modelo evergreen permite investimentos contínuos, focados na inclusão financeira em economias emergentes. No portfólio da empresa na América Latina estão fintechs como Neon, Swap, Kamino e Dolado.
Para a Flourish, o sucesso de um investimento não se limita ao retorno financeiro. O impacto no ecossistema também é crucial. A prioridade é investir em empreendedores que buscam tornar o sistema financeiro mais acessível a grupos atualmente mal atendidos, como as PMEs.
A Flourish concentra seus investimentos em estágios iniciais (early-stage), com aportes médios entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões. O Brasil, com um histórico forte no setor de fintechs e um Banco Central favorável à inovação, é um mercado importante para o fundo. A Flourish vê grande potencial no Brasil, impulsionado pelo Pix e pelo Drex.
O alto uso de tecnologias e redes sociais no Brasil, como o WhatsApp, contribui para o crescimento das Fintechs B2B no Brasil. Fintechs como a Magie, que operam como bancos dentro do aplicativo de mensagens, exemplificam essa tendência.
A Flourish também se preocupa com a diversidade de gênero. Embora existam iniciativas para promover o empreendedorismo feminino, encontrar fundadoras na América Latina ainda é um desafio. O Guiabolso serve como exemplo de como um ambiente de trabalho diverso pode impulsionar o empreendedorismo feminino. A empresa começou com um time de produto feminino e, doze anos depois, essas mesmas mulheres se tornaram fundadoras.
Para alcançar maior inclusão, a Flourish participa de eventos em diversas regiões, buscando romper estereótipos e aproximar-se de empreendedoras que podem não ter acesso a redes de investimento tradicionais. A estratégia consiste em construir comunidades fortes, conectando mulheres empreendedoras, executivas e investidoras.
Via Startups
