O cenário dos esportes eletrônicos no Brasil, apesar de movimentar milhões e contar com equipes renomadas, ainda busca expandir seu alcance para além do público já familiarizado. Iniciativas como as Olimpíadas de esports, planejadas pelo COI para 2027 em Riad, demonstram um esforço para aumentar a visibilidade do setor, mas o desafio de competir com eventos tradicionais como a Copa do Mundo e o SuperBowl persiste, especialmente em termos de patrocínio e audiência.
A complexidade e diversidade de jogos impulsionaram o mercado de esports, antes restrito a nichos, para um patamar global, com campeonatos transmitidos mundialmente e premiações elevadas. Eduardo “KDS” Chiste Fontes, jogador de Rainbow Six Siege da FaZe Clan, destaca o crescimento dos esportes eletrônicos no Brasil e a criação de diversas oportunidades de carreira, como jornalista, técnico e analista.
Apesar do crescimento, o setor enfrenta dificuldades para atrair um público mais amplo, que desconhece as modalidades e suas regras. A comparação com eventos esportivos tradicionais é complexa, pois a metodologia de medição de audiência difere. Um exemplo é a comparação entre o campeonato de League of Legends e o SuperBowl, onde a emissora americana CNBC gerou polêmica ao comparar o número de visualizações de vídeos com o número de espectadores ao vivo por minuto.
A falta de padronização na auditoria dos números de audiência também dificulta a comparação, pois os critérios podem variar dependendo dos organizadores dos jogos, sem uma auditoria independente. A retração do mercado, evidenciada pela reestruturação do campeonato de Overwatch pela Activision Blizzard e pelas demissões na Twitch devido à redução de patrocínios, reforça a necessidade de um reequilíbrio entre espectadores, jogadores, equipes e desenvolvedores de torneios.
Em contrapartida, a aprovação das Olimpíadas de esports pelo COI, com categorias que incluem esportes físicos virtuais, simuladores de esportes e jogos alinhados aos valores olímpicos, representa um passo importante para o reconhecimento e a consolidação do setor. Segundo François Xavier, vice-presidente global de esports da Ubisoft, a indústria é jovem e sofreu um impacto com a pandemia, mas o apoio do COI e a Copa do Mundo de esports indicam um futuro promissor.
Nelson Garcia, diretor da Ubisoft, compara a retração nos esportes eletrônicos no Brasil a um processo de aprendizado de novas indústrias e mantém o otimismo, acreditando que a paixão dos entusiastas garantirá a continuidade dos torneios em um modelo global e amplo nos próximos anos.
Com a profissionalização do cenário competitivo, os esportes eletrônicos no Brasil têm demonstrado potencial para se consolidar como uma nova forma de entretenimento, com o desenvolvimento de talentos locais e a crescente adesão do público.
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