O mercado brasileiro é um desafio para marcas globais. Enquanto algumas se consolidam, outras, como Forever 21, Fnac, Walmart e Lush, saíram do país. Marcas que fracassaram no Brasil enfrentaram desafios estruturais, erros estratégicos e peculiaridades do mercado. Vamos relembrar algumas dessas saídas.
A Forever 21 chegou em 2014 com a promessa de moda jovem acessível. O modelo americano, porém, não se adaptou ao Brasil. Custos de importação, impostos e logística elevaram os preços, eliminando o atrativo da marca. O fast fashion exige escala e rápida renovação de estoque, algo que a operação brasileira não conseguiu manter. A competição com plataformas online, como Shopee e Shein, com preços menores e logística eficiente, contribuiu para a saída da Forever 21 do país. Em 2019, a matriz americana entrou em recuperação judicial, e o Brasil foi um dos mercados cortados.
A francesa Fnac, de tecnologia, cultura e entretenimento, tinha admiradores, mas não replicou o sucesso da França no Brasil. A operação acumulou prejuízos e não atingiu a escala necessária. A Fnac era atraente no conceito, mas não em vendas. Em 2017, foi vendida para a Livraria Cultura, que também enfrentava dificuldades. Lojas físicas e e-commerce foram fechados em menos de um ano.
O Walmart chegou ao Brasil em 1995 com grandes ambições. Em 2018, vendeu 80% da operação para o fundo Advent. A estratégia de “preço baixo todo dia” não funcionou no Brasil, onde o consumidor prefere promoções pontuais. A integração de marcas adquiridas falhou, criando um conjunto confuso de bandeiras. A burocracia interna e a crise econômica de 2015-2016 agravaram a situação. O fundo Advent reestruturou a empresa como Grupo BIG, posteriormente vendida ao Carrefour.
A Lush, de cosméticos veganos e artesanais, tentou duas vezes se estabelecer no Brasil. Saiu em 2018, apesar do aumento nas vendas. Impostos, logística e regulamentações tornaram a operação inviável. A empresa alegou que a carga tributária, a recessão e a instabilidade política impediram o lucro. Uma tentativa anterior, em 2007, também havia falhado.
Essas saídas mostram como o mercado brasileiro exige adaptação. Fatores como custos, logística, concorrência e comportamento do consumidor influenciam o sucesso das marcas. A falta de compreensão dessas características pode levar a resultados negativos, mesmo para grandes empresas. Fique atento às movimentações do mercado, pois o cenário está em constante transformação.
Via Exame
