O Rio de Janeiro se prepara para sediar uma série de encontros de 3 a 5 de novembro, visando fortalecer a ambição para a COP30 no Brasil. A capital carioca receberá o Fórum de líderes climáticos, um evento que antecede a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU em Belém do Pará. O objetivo é impulsionar a ação climática local, reunindo prefeitos, governadores e líderes subnacionais de diversas partes do mundo.
Após os dias de discussões no Rio, a delegação seguirá para Belém, buscando conectar as ideias e construir uma agenda colaborativa e ambiciosa. O anúncio foi feito pela presidência da COP30 e pela Bloomberg Philanthropies durante a Semana de Clima de Londres. A estratégia visa colocar a liderança local no centro das ações para a implementação e o avanço global do Acordo de Paris.
A inspiração para este evento veio da COP28 em Dubai, que reuniu 500 líderes de mais de 60 países e mobilizou cerca de US$ 470 milhões para ações climáticas. Desde então, mais de 70 países, representando 33% da população global, se comprometeram a colaborar com governos locais para alcançar suas metas climáticas.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da conferência, enfatizou o espírito de colaboração, onde cada voz e nível de governança contribuem para um objetivo comum, preparando o terreno para a COP no coração da Amazônia. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou a importância histórica do evento, afirmando que será uma oportunidade crucial para que os governos regionais apresentem suas perspectivas e ajudem a moldar uma agenda ambiciosa para combater a crise climática.
O Fórum de líderes climáticos terá uma programação focada em soluções práticas para um futuro mais sustentável e justo. Entre os eventos confirmados, destaca-se a Cúpula Mundial de Prefeitos do C40, marcando o 20º aniversário da rede, convocada pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan, e sediada por Eduardo Paes. Prefeitos de todo o mundo, incluindo uma delegação da FNP, apresentarão progressos em energia, mobilidade, infraestrutura e soluções baseadas na natureza.
A Cúpula Global de Estados e Regiões, organizada pela Coalizão Under2, reunirá governadores e líderes regionais para demonstrar ações em setores cruciais como energia renovável, transporte e uso da terra. Estados brasileiros como o Pará, anfitrião da COP30, e o Rio de Janeiro terão participação ativa. A Cerimônia de Premiação de Líderes Locais, organizada em conjunto pelo C40 e pela Prefeitura do Rio, reconhecerá governos subnacionais que estão gerando resultados nas prioridades da COP30, com categorias para vencedores brasileiros e globais.
Adicionalmente, o Earthshot Prize 2025, premiação dedicada à causa ambiental criada pelo Príncipe de Gales Williams, reconhecerá cinco projetos dedicados à busca de soluções verdes. A confirmação foi feita pelo Palácio de Kensington. As cidades têm um papel estratégico na luta contra as mudanças climáticas, atuando em conjunto com as populações que nelas vivem.
Michael R. Bloomberg ressaltou que, para atingir as metas do Acordo de Paris, é necessário que as nações ajam de forma mais rápida e eficaz, com cidades e estados liderando o caminho. Dan Ioschpe, Campeão Climático da COP30, enfatizou a liderança dos que estão na “Corrida para o Zero”, implementando milhares de projetos climáticos e, muitas vezes, avançando mais rapidamente do que os governos nacionais.
Jader Filho, Ministro das Cidades do Brasil, reforçou que a justiça climática só será alcançada se houver também justiça urbana, defendendo que Belém seja a COP das Cidades, além de ser a COP da Floresta. O Brasil tem sido pioneiro ao incluir o federalismo em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que prevê a redução de até 67% das emissões até 2035, integrando políticas nacionais e locais.
Com 87% de sua população vivendo em áreas urbanas, o Brasil tem consistentemente promovido o papel dos líderes locais nos esforços climáticos, desde a Rio+20 até a Cúpula de Prefeitos do Urban20 durante a Presidência do G20. O Fórum de líderes climáticos no Rio de Janeiro será um passo crucial para consolidar essas ações e definir novas estratégias para um futuro mais sustentável.
Via Exame
