O Rio de Janeiro será a sede do Fórum de líderes climáticos, que ocorrerá entre 3 e 5 de novembro, antecedendo a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU em Belém do Pará. Este evento reunirá prefeitos, governadores e líderes subnacionais de várias partes do mundo para promover ações climáticas locais. Após os três dias de encontros na capital carioca, as delegações seguirão para Belém, onde serão discutidas colaborações e uma agenda robusta para o clima.
O anúncio do evento no Rio foi feito pela presidência da COP30 em parceria com a Bloomberg Philanthropies durante a Semana de Clima de Londres. Essa estratégia tem como objetivo centralizar a liderança local no avanço do Acordo de Paris. O modelo se inspira na COP28 em Dubai, onde um fórum mobilizou cerca de US$ 470 milhões para iniciativas climáticas, reunindo 500 líderes de mais de 60 países. Desde então, mais de 70 países se comprometeram a colaborar com governos locais em suas metas climáticas.
Na visão do embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da conferência, o evento é caracterizado por um espírito de colaboração. Ele pontuou que cada voz e nível de governança será crucial para o sucesso das discussões. Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, também destacou a relevância histórica do Fórum de líderes climáticos, enfatizando que será uma oportunidade significativa para que governos regionais expressem suas vozes na luta contra a crise climática.
Os três dias de programação incluem eventos importantes. A Cúpula Mundial de Prefeitos do C40 celebrará seus 20 anos, convocada pelo prefeito de Londres, Sadiq Khan. Nesta cúpula, prefeitos de diversas cidades compartilharão experiências e avanços em áreas como energia e mobilidade. Ademais, a Cúpula Global de Estados e Regiões, promovida pela Coalizão Under2, focará em soluções em energia renovável e uso do solo, com a participação ativa de estados brasileiros como o Pará e o próprio Rio de Janeiro.
Uma premiação também ocorrerá durante o fórum, reconhecendo líderes subnacionais que estão alcançando resultados nas prioridades estabelecidas para a COP30. Outra iniciativa importante é o Earthshot Prize 2025, que premiará projetos verdes, destacando soluções ambientais inovadoras.
Ações urbanas são cada vez mais reconhecidas como essenciais na luta contra as mudanças climáticas, conforme mencionado por Michael R. Bloomberg. Ele afirma que, para alcançar as metas do Acordo de Paris, as cidades e estados devem intensificar seus esforços. Dan Ioschpe, Campeão Climático da COP30, comentou que muitos projetos climáticos estão sendo lançados a um ritmo mais acelerado do que o das próprias políticas nacionais.
O Ministro das Cidades do Brasil, Jader Filho, destaca que justiça climática só será possível se houver justiça urbana. Ele acrescenta que Belém deve se transformar na “COP das Cidades”, integrando esforços locais e nacionais. O Brasil se destaca por ter formalmente incluído o federalismo em sua meta climática, que visa uma redução de até 67% das emissões até 2035.
Com 87% da população brasileira vivendo em áreas urbanas, o país tem um histórico de liderança nas ações climáticas. Ao longo da última década, desde a Rio+20 até a Cúpula de Prefeitos do Urban20, o Brasil tem elevado a importância dos líderes locais em ações climáticas.
Via Exame
