Fósseis de 3,4 milhões de anos são de hominínios que conviveram com espécie de Lucy

Cientistas identificam fósseis etíopes de Australopithecus deyiremeda, que viveu junto à espécie de Lucy. Diferenças em dieta e locomoção mostram evolução humana diversa. Estudo na Nature.
01/12/2025 às 13:45 | Atualizado há 9 horas
               
Fósseis de hominínios
Ossos de pé de Australopithecus deyiremeda, achados em 2009. (Imagem/Reprodução: Redir)

Cientistas identificaram fósseis de hominínios de 3,4 milhões de anos, encontrados em 2009 na Etiópia, como pertencentes ao Australopithecus deyiremeda. Esses restos do sítio Burtele, na região de Afar, coexistiram com a espécie de Lucy, o Australopithecus afarensis.

Análises de 25 dentes e uma mandíbula infantil confirmam a espécie. Eles eram bípedes, mas com dedão adaptado para escalar árvores, dieta de alimentos arbóreos e locomoção distinta de Lucy, indicando múltiplas linhagens evolutivas simultâneas.

Cientistas identificaram Fósseis de hominínios de 3,4 milhões de anos encontrados em 2009 na Etiópia como pertencentes ao Australopithecus deyiremeda. Esses restos, localizados no sítio Burtele, na região de Afar, coexistiram com a espécie de Lucy, o Australopithecus afarensis.

Novas análises de 25 dentes e uma mandíbula de uma criança de cerca de quatro anos e meio confirmaram a identificação. O estudo, publicado na revista Nature, revela que esses ancestrais eram bípedes, mas com um dedão do pé adaptado para escalar árvores, diferente dos humanos modernos.

Os ossos de pé mostram uma locomoção distinta da de Lucy. Enquanto o dedão dela se assemelhava ao nosso, o do A. deyiremeda era mais primitivo, útil para fugir de predadores como grandes felinos.

Análises químicas de dentes indicam dietas variadas. A espécie de Lucy consumia gramíneas além de folhas, frutas e nozes de árvores e arbustos. Já o A. deyiremeda se restringia a alimentos de árvores, similar a hominínios mais antigos.

  • Período: 3,5 a 3,3 milhões de anos atrás.
  • Local: Nordeste da Etiópia.
  • Liderança: Paleoantropólogo Yohannes Haile-Selassie, da Universidade Estadual do Arizona.

Esses achados provam que a evolução humana inicial não foi linear, com múltiplas espécies no mesmo tempo e lugar. Diferenças em movimento e alimentação sugerem pouca competição direta.

Fique de olho em mais descobertas que esclarecem como esses ancestrais moldaram nossa linhagem.

Via Folha de S.Paulo

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