Fundos sustentáveis crescem 48% em 2025, mas ainda são minoria

Fundos sustentáveis cresceram 48% em 2025, mas ainda representam pequena parte do mercado.
31/08/2025 às 13:23 | Atualizado há 1 semana
Fundos de investimento sustentável
Captação líquida de R$ 8 bilhões em 2023 supera total de R$ 9,4 bilhões de 2024. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Os Fundos de Investimento Sustentável (IS) estão em alta, com um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões. Esse crescimento de 48,4% em 2025 revela um aumento na consciência dos investidores sobre práticas sustentáveis. Apesar do crescimento, esses fundos ainda representam apenas 0,37% do total da indústria, despedindo-se como um mercado de nicho.

A captação líquida superou R$ 8 bilhões, com um número crescente de cotistas. Carlos Takahashi da Anbima destaca a necessidade de aprendizado contínuo nesse segmento. O interesse por temas ambientais e a renda fixa estão impulsionando esse mercado, embora fundos de ações enfrentem queda.

Com a crescente demanda por práticas sustentáveis, os fundos IS têm bom potencial de expansão. A conscientização ambiental está mudando o paradigma financeiro, mas ainda existe espaço para as práticas sociais no futuro.
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Os Fundos de investimento sustentável (IS) estão ganhando cada vez mais espaço no mercado financeiro. Em julho de 2025, esses fundos alcançaram um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões, representando um aumento expressivo em comparação com os anos anteriores. Esse crescimento demonstra uma crescente conscientização e interesse dos investidores por opções alinhadas com práticas sustentáveis.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o patrimônio líquido dos fundos IS registrou um aumento de 48,4% em relação a dezembro de 2024, e um salto de 89% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A captação líquida alcançou quase R$ 8 bilhões neste ano, superando o total de R$ 9,4 bilhões de 2024. O número de contas também teve um aumento significativo, passando de 80,4 mil em dezembro para 149,8 mil no mês passado.

Apesar desse crescimento notável, os fundos IS ainda representam uma pequena parcela do mercado, correspondendo a apenas 0,37% do patrimônio líquido total da indústria. Carlos Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede Anbima de Sustentabilidade, ressalta que, embora a quantidade de fundos, a base de cotistas e o PL estejam em constante expansão, o mercado ainda é considerado de nicho. Esse cenário implica em uma curva de aprendizado mais ampla e contínua, tanto para os investidores quanto para os profissionais do setor.

Um dos fatores que impulsiona o interesse por Fundos de investimento sustentável é a crescente visibilidade e destaque dados ao fator ambiental. Investidores que buscam opções sustentáveis geralmente têm clareza sobre onde estão investindo e acreditam na tese de longo prazo. A identificação dos produtos com o termo “IS” no nome é relevante para esse segmento, diferenciando-os dos fundos relacionados ao tema ESG, que integram esses critérios nos investimentos, mas não explicitam essa informação no nome do fundo. Atualmente, os fundos relacionados ao universo ESG possuem um PL cerca de três vezes menor em comparação com os fundos IS, totalizando R$ 10,8 bilhões.

A questão ambiental, o “E” do “ESG“, exerce um papel importante na visibilidade dos fundos IS. Questões como mudanças climáticas e transição energética atraem a atenção dos investidores, tornando a tese mais perceptível. Dados da Anbima indicam que aproximadamente 72% dos fundos IS têm como objetivo questões ligadas ao meio ambiente. Carlos Takahashi acredita que a indústria também deveria alinhar um foco maior na pauta social, visando uma transição para uma economia limpa que não deixe ninguém para trás.

Além da questão ambiental, a renda fixa também tem impulsionado os Fundos de investimento sustentável. A classe de renda fixa representa a maior fatia desses fundos, com R$ 23,8 bilhões, cerca de 65% do PL total. Em relação a julho de 2024, o segmento de renda fixa apresentou um salto de 170,7%. Esse crescimento é resultado de uma maior emissão de títulos verdes, como debêntures e bonds, bem como ativos específicos do Brasil, como CRIs e CRAs (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio). Investidores têm demonstrado interesse por renda fixa devido ao retorno interessante e à disponibilidade de emissões com foco em ESG.

Em contrapartida, os fundos IS multimercado registraram uma redução de PL, passando de R$ 3,6 bilhões em julho de 2024 para R$ 1,5 bilhão em julho de 2025. Os fundos IS de ações também tiveram uma variação menor, passando de R$ 2,6 bilhões para R$ 2,3 bilhões no mesmo período. Por outro lado, o mercado de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) também avançou no segmento IS, de R$ 1 bilhão para R$ 3,6 bilhões na comparação anual, assim como os fundos de investimento em participações (FIPs), de R$ 3 bilhões para R$ 4,8 bilhões.

Entre os fundos relacionados a ESG, a classe de FIPs foi a que apresentou o maior crescimento percentual, passando de R$ 666,5 milhões em julho de 2024 para R$ 2,3 bilhões em julho de 2025, um aumento de 246%. Esse acréscimo nos FIPs é um bom sinal para a indústria, uma vez que esses fundos estão relacionados a projetos de longo prazo, como private equity e infraestrutura.

O aumento no interesse por Fundos de investimento sustentável indica uma mudança de paradigma no mercado financeiro. A conscientização sobre a importância de práticas sustentáveis e a busca por investimentos alinhados com esses valores estão impulsionando o crescimento desse segmento. Embora ainda representem uma pequena parcela do mercado, os fundos IS têm um grande potencial de expansão, à medida que investidores e empresas buscam alternativas para um futuro mais sustentável.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.