O mercado de Fundos de Venture Capital passou por mudanças significativas desde a euforia de 2021. No Brasil, a busca por um modelo próprio de investimento em startups ganhou força. A Raio Capital, gestora carioca fundada em 2021, exemplifica essa tendência. Com um novo fundo de R$ 100 milhões, ela foca em startups em estágio inicial que impulsionam a produtividade de empresas brasileiras.
A Raio Capital se destaca por captar investimentos de investidores profissionais, com, no mínimo, R$ 10 milhões em aplicações. Bruno Teixeira, CEO e cofundador da gestora, defende a adaptação dos Fundos de Venture Capital à realidade brasileira. A empresa busca ciclos de investimento mais curtos, de quatro a cinco anos, em contraste com o padrão de dez anos. Essa estratégia ágil já resultou em mais de 20 investimentos e dois exits em apenas quatro anos.
O primeiro exit bem-sucedido foi com a Trampolin, vendida para a Stone após um ano e meio. A NG.Cash, que recebeu aporte da Raio Capital, também representa um caso de sucesso. A startup captou R$ 65 milhões em rodada liderada pela monashees, com participação de fundos globais como Andreessen Horowitz (a16z), 17Sigma, Tekon e The Generalist. A Raio vendeu sua participação na NG.Cash durante essa rodada.
Teixeira destaca a importância de estratégias de saída flexíveis, incluindo M&As e vendas para investidores internacionais ou em mercado secundário. Ele critica a dependência excessiva de IPOs, pouco frequentes no cenário brasileiro. Para ele, a busca por valuations inflados, remanescentes de 2021, dificulta a liquidez do mercado.
Com o novo fundo, a Raio Capital encerra seu primeiro fundo, que operava com prazo aberto e investidores individuais. Esse primeiro fundo serviu como um período de aprendizado e demonstração da capacidade da gestora. Agora, com maior volume de negócios e um time consolidado, a Raio Capital se prepara para expandir suas operações. O foco permanece em Fundos de Venture Capital que impulsionem a inovação e o crescimento de startups no Brasil. A gestora aposta em ciclos de investimento mais curtos e adaptados ao mercado nacional.
Via Startups