No cenário atual, onde a busca por novas ferramentas de inteligência artificial (IA) domina o setor tecnológico, o Google redireciona seu foco para aplicações que transcendem os chatbots. A gigante da tecnologia almeja empregar a IA para saúde no diagnóstico de doenças, previsão de desastres naturais e na prevenção de crises energéticas, marcando uma nova era de inovação com impacto social direto.
Dorothy Chou, diretora do Google DeepMind, enfatizou a necessidade de a IA sair do nicho tecnológico para solucionar problemas reais da sociedade. Segundo Chou, a capacidade de previsão da IA é crucial em tempos de incerteza, defendendo o uso da IA como ferramenta científica em saúde, energia, alimentação e meio ambiente.
Um exemplo notável do uso da **IA para saúde** é o diagnóstico da endometriose, condição que pode levar até dez anos para ser detectada. A aplicação de IA com ressonância magnética tem o potencial de reduzir drasticamente esse tempo. Além disso, o Google utiliza IA para otimizar o consumo de energia em seus data centers, alcançando uma redução de até 30%.
O projeto AlphaFold, do DeepMind, também demonstra o poder da IA ao prever a estrutura de milhões de proteínas, acelerando o desenvolvimento de tratamentos para diversas doenças. Essa tecnologia pode impulsionar a criação de mini-robôs para uso no cérebro e o desenvolvimento acelerado de vacinas.
Apesar dos avanços, o setor científico ainda carece de investimentos, com muitos recursos direcionados a produtos que não trazem inovações significativas. Dorothy Chou, investidora-anjo, busca apoiar empresas que desafiam os padrões, como uma startup no Reino Unido que visa relançar patentes farmacêuticas esquecidas com o auxílio da IA, e outra na Califórnia que estuda a comunicação química de vermes para tratar doenças autoimunes.
Chou acredita que a Europa tem o potencial de liderar a revolução científica da IA, devido às suas universidades de ponta e sistemas de saúde pública. No entanto, ela aponta desafios na escalabilidade de soluções e na burocracia governamental, que dificultam a entrada de novas tecnologias no sistema público.
Ainda, a falta de padronização dos dados impede que soluções de IA, como as que economizam energia nos data centers do Google, sejam aplicadas em outros contextos. Chou defende a simplificação da burocracia e o investimento em ciência para garantir um futuro onde a IA possa resolver problemas complexos e beneficiar a sociedade como um todo.
Via Exame