Galípolo se reúne com Vorcaro no Banco Central para discutir venda

Galípolo e Vorcaro se encontram no Banco Central para tratar da venda do Master ao BRB.
20/07/2025 às 10:42 | Atualizado há 2 dias
Venda do Banco Master
Reunião entre Banco Central e Banco Master para discutir estratégias e inovações. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, e Augusto Ferreira Lima, CEO da instituição, para discutir a venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). A reunião, que ocorreu na manhã do dia 19, teve como objetivo tratar dos detalhes e andamento do processo de aquisição. O encontro foi devidamente registrado na agenda oficial de Galípolo.

Além do presidente do Banco Central e dos representantes do Banco Master, a reunião também contou com a participação de Ailton de Aquino Santos, diretor de fiscalização do Banco Central, e Gilneu Francisco Astolfi, diretor de regulação da instituição. A presença desses diretores demonstra a importância e o acompanhamento do Banco Central no processo de venda do Banco Master.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já havia aprovado o acordo de compra de uma parte do Banco Master pelo BRB em 17 de junho. No entanto, a transação ainda aguarda a análise e aprovação final do Banco Central para ser concretizada. A expectativa é que o Banco Central avalie todos os aspectos da operação para garantir a sua conformidade com as regulamentações e normas vigentes.

O BRB, que é o banco ligado ao governo do Distrito Federal, anunciou a oferta de compra de uma fatia relevante do Banco Master em 28 de março. A negociação, que envolve uma quantia considerável, tem gerado discussões e questionamentos sobre possíveis influências políticas.

A operação de venda do Banco Master foi avaliada em aproximadamente R$ 2 bilhões. Essa quantia expressiva reflete a relevância do negócio no mercado financeiro e o potencial impacto para as instituições envolvidas.

O Banco Master, apesar de ser um banco de médio porte, apresentou um crescimento notável nos últimos anos. No entanto, o mercado financeiro tem acompanhado a instituição com certa cautela, principalmente devido à composição de seu patrimônio.

Uma parcela considerável do patrimônio do Banco Master, que garantia a sua solidez financeira, era composta por precatórios. Esses títulos representam disputas judiciais contra governos e possuem um recebimento incerto, o que gerava preocupações quanto à estabilidade do banco.

Para impulsionar seu crescimento, o Banco Master adotou uma estratégia agressiva de oferta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Esses títulos ofereciam taxas de juros muito acima da concorrência, chegando a 140% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o que atraía investidores em busca de maiores rendimentos.

Um dos atrativos utilizados pelo Banco Master para atrair investidores era a garantia dos CDBs pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O FGC é uma instituição privada mantida por aportes de todos os bancos, o que teoricamente oferecia segurança aos investidores em caso de problemas financeiros da instituição.

Em entrevista ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, negou qualquer interferência política na compra de parte do Banco Master. Segundo ele, a análise da proposta foi realizada de forma técnica e alinhada com a estratégia de expansão do banco do governo distrital.

Ainda não se sabe quando o Banco Central irá concluir a análise da venda do Banco Master e emitir a sua decisão final. A aprovação ou não da operação terá um impacto significativo no futuro das instituições envolvidas e no cenário do mercado financeiro brasileiro.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.