No Brasil, empresas de energia renovável estão explorando a mineração de Bitcoin como forma de utilizar o excesso de energia gerado. Esta estratégia surge para enfrentar as restrições de produção conhecidas como curtailment, que geram perdas financeiras significativas para as companhias de energia.
A mineração de Bitcoin envolve processos que consomem alta quantidade de energia, permitindo que as geradoras utilizem a energia excedente em momentos de baixa demanda. Isso pode ajudar a reduzir os impactos financeiros negativos causados por cortes na geração e melhorar a eficiência do setor energético.
No entanto, especialistas alertam para os desafios desta abordagem, como os altos custos de importação de equipamentos. Apesar dos riscos, algumas empresas estão avaliando a viabilidade de parcerias, o que pode levar a inovações no uso de energia renovável no Brasil.
No Brasil, empresas de energia renovável estão de olho em projetos de Mineração de Bitcoin para impulsionar o consumo de energia perto de suas instalações. Essa estratégia visa diminuir as restrições de produção impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), conhecidas como curtailment, que têm causado perdas financeiras significativas para essas empresas.
A atividade de Mineração de Bitcoin, que envolve máquinas resolvendo cálculos complexos para validar transações de criptomoedas, atrai as geradoras devido ao seu alto consumo de energia e à sua demanda flexível. As mineradoras podem usar a energia excedente, atenuando os cortes de geração causados pela falta de demanda ou por problemas na infraestrutura da rede elétrica.
José Roberto Oliva, advogado do escritório Pinheiro Neto, destaca que aproximar essa demanda da geração pode minimizar as perdas decorrentes dos cortes, que atingem níveis críticos em alguns casos. Empresas como Casa dos Ventos, Atlas Renewable Energy e Renova Energia estão considerando projetos nesse sentido. Engie Brasil e Auren Energia também demonstraram interesse inicial, mas não comentaram sobre o assunto.
Os modelos de negócios em estudo variam desde a simples venda de energia para mineradoras de Bitcoin, até parcerias com data centers que atendem essas empresas. Há também discussões com fabricantes de equipamentos de Mineração de Bitcoin, com a possibilidade do gerador se tornar sócio do empreendimento.
O curtailment é um grande desafio para o setor de energias renováveis no Brasil. As restrições à produção de energia eólica e solar podem ultrapassar 40% em alguns parques, gerando prejuízos bilionários. A Renova Energia, por exemplo, planeja usar a infraestrutura ociosa no complexo eólico Alto Sertão III para atrair mais demanda local, seja com data centers convencionais ou de Mineração de Bitcoin, segundo o CEO Sergio Brasil.
No entanto, especialistas e executivos alertam para obstáculos como o alto custo de importação de equipamentos e a dificuldade em prever os cortes de geração futuros. Gustavo Estrella, CEO da CPFL Energia, considera a ideia criativa, mas de alto risco, com potencial limitado para mudar o cenário atual.
Via Money Times