Investir em fundos imobiliários pode ser uma estratégia interessante, mesmo com a taxa Selic elevada. Carlos Martins, sócio e gestor da Kinea Investimentos, destaca que o mercado de fundos imobiliários apresenta boas oportunidades tanto em ativos de papéis quanto em tijolo. Segundo o especialista, o cenário atual de juros pode ser bem aproveitado por investidores atentos à qualidade e diversificação de suas carteiras.
Martins ressalta que, enquanto a Selic se mantiver alta, os fundos imobiliários de recebíveis tendem a performar bem, beneficiando-se do CDI elevado e entregando bons dividendos, desde que possuam um portfólio de crédito saudável. Ele enfatiza a importância de priorizar FIIs robustos, com histórico consistente e gestão experiente, recomendando FIIs grandes, de casas e gestoras com diversificação nas carteiras.
Os fundos de tijolo, por outro lado, sofrem um impacto mais direto e negativo dos juros altos. Contudo, a possível estabilidade ou queda da Selic pode abrir caminho para uma recuperação do setor. A expectativa é que a taxa básica se mantenha estável, criando um momento interessante para investir em tijolo. A melhora na ocupação de lajes corporativas, shoppings e galpões demonstra um desempenho positivo dos ativos reais, indicando demanda no mercado.
A aproximação de um possível corte nos juros pode impulsionar os fundos imobiliários, oferecendo uma oportunidade de comprar cotas a preços acessíveis, que pagam bons dividendos, são isentas de imposto e possuem diversificação. Essas cotas têm potencial de valorização em um período de um ano a um ano e meio, com a queda dos juros.
Martins comenta sobre a proposta de taxação dos dividendos em 5% a partir de 2026, reconhecendo as incertezas, mas reforçando que a medida, se aprovada, deve atingir apenas novos produtos. Ele vê o momento atual como uma janela estratégica para investir em produtos isentos, que devem continuar com esse benefício mesmo após eventuais mudanças na legislação.
Além disso, o gestor critica a proposta de unificação da alíquota do imposto de renda sobre investimentos em 17,5%, argumentando que ela retira o incentivo ao investimento de longo prazo. Segundo ele, é essencial incentivar a poupança de longo prazo, e a unificação das alíquotas pode desestimular esse tipo de investimento.
Apesar do cenário macroeconômico, Martins reforça o potencial da indústria de fundos imobiliários no Brasil, destacando que o investidor brasileiro continua interessado na classe. Para ele, os FIIs oferecem os mesmos benefícios do real estate, com mais diversificação, liquidez e gestão profissional, representando uma alternativa interessante à compra direta de imóveis.
Via Money Times