Gestora Latache busca adquirir controle da Oncoclínicas em estratégia de crescimento

Adquirir controle da Oncoclínicas: Latache busca aumentar participação na empresa. Entenda a estratégia e os próximos passos da negociação.
09/03/2025 às 18:34 | Atualizado há 4 meses
Adquirir controle da Oncoclínicas
Goldman Sachs rejeita proposta para vender sua participação nas negociações. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A gestora Latache, especializada em ativos em situações de estresse, está buscando **adquirir controle da Oncoclínicas** (ONCO3). A empresa de Renato Azevedo fez uma proposta para comprar a participação de 20,76% do Goldman Sachs e, em seguida, os 19,90% do Banco Master. Caso concretize, somada à sua atual fatia de 10,19%, a Latache alcançaria aproximadamente 51% da Oncoclínicas.

Latache, Banco Master e Goldman Sachs foram procurados, mas preferiram não se manifestar sobre o assunto. A proposta inicial da Latache foi rejeitada pelo Goldman Sachs, mesmo representando um ágio de mais de 70% sobre o valor das ações em dezembro, cotadas a R$ 2,50, enquanto a oferta era de R$ 4,30. A gestora também propôs um prêmio sobre a valorização futura das ações sob nova gestão, chegando a tentar negociar diretamente na sede do banco em Nova York.

Após a recusa, a Latache intensificou a compra de ações no mercado, mantendo o objetivo de aumentar sua participação na empresa. O estatuto social da Oncoclínicas contém uma cláusula de poison pill, que obriga a realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) para acionistas que ultrapassem 15% de participação. A Latache estaria disposta a realizar a OPA caso consiga adquirir a participação de outros sócios.

O Banco Master ingressou na Oncoclínicas no ano anterior, através de uma capitalização de R$ 1,5 bilhão, ancorada pelo próprio banco e por Bruno Ferrari, médico e fundador da Oncoclínicas em 2010. O aumento de capital foi realizado a R$ 13,00 por ação, sem acionar a cláusula de poison pill por se tratar de um aumento de capital.

Em busca de se desvincular da Oncoclínicas, o Goldman Sachs está tentando estruturar uma operação no mercado de derivativos, conhecida como total return swap. Nessa operação, outro investidor compraria as ações da Oncoclínicas e faria um contrato de swap com o Goldman Sachs.

O banco comprador se tornaria um dos sócios da empresa, mas o Goldman Sachs permaneceria exposto às oscilações do papel. A operação teria um período fixo, com possibilidade de renovação periódica. O Goldman Sachs investiu inicialmente na Oncoclínicas em 2015, chegando a deter 60% da empresa, mas sua participação foi diluída após não participar de dois aumentos de capital.

Além da capitalização de R$ 1,5 bilhão com o Banco Master e Bruno Ferrari, a Oncoclínicas realizou uma oferta subsequente (follow-on) na Bolsa em 2023, levantando R$ 900 milhões, com a ação cotada a R$ 10,25. Ambos os aumentos de capital tiveram como objetivo ajustar a estrutura de capital da Oncoclínicas, impactada pelas dificuldades enfrentadas pelo setor de saúde e pela incorporação de diversas aquisições visando expansão.

A Oncoclínicas realizou sua abertura de capital em agosto de 2021, movimentando R$ 3,6 bilhões, com a ação a R$ 19,75, abaixo do piso da faixa proposta. Nos resultados mais recentes, a Oncoclínicas apresentou uma queda de 81,5% no lucro líquido nos três primeiros trimestres de 2024, totalizando R$ 41,8 milhões. A dívida líquida financeira da empresa era de R$ 3,3 bilhões ao final de setembro.

Via InfoMoney