A companhia aérea Gol (GOLL4) obteve aprovação de seus acionistas, em assembleia geral e especial, para sair do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. A expectativa é que a conclusão ocorra no início de junho, conforme o cronograma estabelecido pela empresa. A notícia impactou positivamente o mercado, impulsionando as ações da companhia na B3.
Após a aprovação do plano de Saída da recuperação judicial, as ações da Gol experimentaram um aumento significativo, chegando a subir 32,21%, atingindo R$ 1,72 na B3. Por volta das 16h (horário de Brasília), os papéis da GOLL4 exibiam um salto de 19,23%, cotados a R$ 1,55. Esse movimento reflete a confiança dos investidores na reestruturação da empresa e na sua capacidade de retomar o crescimento.
Entre as medidas aprovadas pelos acionistas está o aumento de capital através da capitalização de créditos contra a companhia, com um valor mínimo de R$ 5,34 bilhões e máximo de R$ 19,2 bilhões. Essa operação visa fortalecer a estrutura financeira da Gol, convertendo dívidas em ações.
Na prática, a Gol converterá os créditos que possui contra si mesma em ações. Em vez de realizar o pagamento das dívidas em dinheiro, a companhia emitirá novas ações para os credores. Essa estratégia permite à empresa reduzir seu endividamento e fortalecer seu balanço patrimonial.
O aumento de capital será realizado através da emissão de, no mínimo, 3,6 trilhões de ações ordinárias e 430 bilhões de ações preferenciais. O número máximo de ações a serem emitidas é de 13,1 trilhões de ações ordinárias e 1,5 trilhão de ações preferenciais. O preço de emissão foi definido em R$ 0,00029 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial.
Segundo o CEO da Gol, Celso Ferrer, as aprovações representam um dos marcos finais do processo supervisionado pelo tribunal, abrindo caminho para a conclusão da reestruturação em breve. Após a Saída da recuperação judicial, a empresa estima ter uma posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões e uma alavancagem significativamente reduzida, de 5,4 vezes, com uma alavancagem líquida projetada de 2,9 vezes ao final de 2027.
No início deste ano, surgiu a discussão sobre uma possível fusão entre a Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4). A conclusão do Chapter 11 da Gol era um dos pontos cruciais para que o negócio pudesse avançar. No entanto, o cenário mudou com a entrada da Azul em recuperação judicial, tornando essa a prioridade da companhia.
Em coletiva com jornalistas, o vice-presidente institucional e corporativo da Azul, Fabio Campos, enfatizou que o foco agora é 100% na reestruturação. O Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU) assinado pelas companhias em janeiro segue válido, mas a prioridade é outra. Analistas já apontavam a possibilidade de atraso na combinação dos negócios devido ao processo de Chapter 11. A XP Investimentos destaca que o processo dependia da conclusão das renegociações da estrutura de capital de ambas as empresas.
Via Money Times