O governo Trump implementou medidas para proteger exportadores e proprietários de navios que atuam nos Grandes Lagos, Caribe e territórios dos EUA das novas taxas sobre navios construídos na China. Essa ação visa fortalecer a indústria naval americana e combater a crescente influência marítima chinesa.
A decisão foi publicada no Registro Federal pelo Representante Comercial dos EUA (USTR), suavizando uma proposta anterior de fevereiro que previa taxas de até US$1,5 milhão por escala para embarcações chinesas, o que gerou preocupação no setor de transporte marítimo global.
Inicialmente, executivos do setor temiam que quase todas as transportadoras fossem afetadas por essas taxas cumulativas. Eles argumentaram que os custos adicionais prejudicariam a competitividade das exportações dos EUA e aumentariam os gastos para os consumidores americanos em bilhões de dólares.
O plano revisado estabelece que a taxa será aplicada uma vez por viagem aos navios afetados, limitando-se a seis vezes por ano. Além disso, a agência optou por não impor taxas baseadas na porcentagem de navios construídos na China em uma frota ou em futuros pedidos de navios chineses, como originalmente proposto. Embarcações vazias que chegam aos portos dos EUA para carregar exportações a granel, como carvão e grãos, também estão isentas.
A implementação das taxas sobre navios terá início em seis meses. Navios graneleiros pagarão uma taxa com base no peso da carga, enquanto navios porta-contêineres pagarão com base no número de contêineres transportados. Os valores exatos dessas taxas ainda não foram divulgados.
Essa decisão surge no aniversário de um ano da investigação do USTR sobre as atividades marítimas da China. Em janeiro, a agência concluiu que a China adota políticas e práticas desleais para dominar o transporte marítimo global. A revisão das taxas sobre navios ocorreu após intensa oposição da indústria marítima global, incluindo operadores de portos, empresas de navegação e exportadores e importadores americanos de diversos produtos.
Executivos da indústria alertaram que as novas taxas sobre navios, se implementadas sem ajustes, poderiam prejudicar contribuintes, trabalhadores e até mesmo os construtores e proprietários de navios dos EUA que o governo pretendia apoiar. Operadores de navios porta-contêineres, como MSC e Maersk, que visitam vários portos em cada viagem aos Estados Unidos, também manifestaram preocupação com o rápido aumento das taxas.
O USTR planeja realizar uma audiência em 19 de maio para discutir tarifas adicionais sobre guindastes de transporte de carga, chassis que transportam contêineres e peças de chassis. A China é líder na fabricação de guindastes portuários, e o USTR planeja aplicar uma tarifa de 100% sobre esses produtos.
Via InfoMoney
