Governo Trump critica bloqueio da Rumble e classifica multa a empresas americanas como antidemocrática

Bloqueio da Rumble criticado pelos EUA! Entenda a polêmica decisão e a resposta do governo Trump. Saiba mais sobre a disputa judicial.
26/02/2025 às 17:34 | Atualizado há 3 meses
Bloqueio da Rumble
Rumble processa Alexandre de Moraes nos EUA, alegando violação da Primeira Emenda. (Imagem/Reprodução: G1)

O governo dos EUA manifestou-se sobre o bloqueio da Rumble no Brasil, após a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A crítica veio de um órgão ligado ao Departamento de Estado, com uma mensagem que, embora não cite diretamente o caso, faz alusão à situação da plataforma Rumble no país. A Embaixada dos EUA no Brasil também compartilhou a mensagem, reiterando a preocupação com a liberdade de expressão.

A mensagem do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental expressa que o respeito pela soberania é fundamental nas relações entre EUA e seus parceiros, incluindo o Brasil. O texto destaca que bloquear o acesso à informação e penalizar empresas americanas por não censurarem usuários é incompatível com valores democráticos, como a liberdade de expressão. Essa é a primeira vez que um órgão de Estado americano se manifesta diretamente sobre o caso.

O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da Rumble no Brasil, alegando que a rede social descumpriu ordens judiciais de forma reiterada, consciente e voluntária. Segundo o ministro, a plataforma criou um ambiente de impunidade e desrespeito às leis brasileiras. Antes do bloqueio, Moraes havia solicitado que a Rumble indicasse seu representante legal no Brasil.

O Itamaraty avalia emitir uma resposta ao governo dos EUA sobre o caso, com o assunto em discussão entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e seus assessores. O Rumble, plataforma de vídeos similar ao YouTube, é popular entre conservadores nos EUA e se define como defensora de uma internet livre e aberta.

A Rumble já havia apresentado uma ação nos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group. As empresas acusam Moraes de censura e buscam anular as ordens contra o Rumble no Brasil, alegando que violam a Primeira Emenda da Constituição americana.

O Trump Media & Technology Group, responsável pela rede social Truth Social, argumenta que as decisões do ministro brasileiro interferem na liberdade de expressão, mesmo não sendo diretamente afetado pelas ordens do STF. A Justiça americana, no entanto, rejeitou o pedido liminar, apontando falhas na documentação e questões de jurisdição.

No processo, Rumble e a empresa de Trump afirmam que a ação foi motivada pelo bloqueio da Rumble de diversos usuários, incluindo um “muito conhecido”, identificado pela Folha de S. Paulo como o blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos e tem uma ordem de prisão decretada por Alexandre de Moraes.

Via G1