Governo Trump propõe aliviar regras sobre emissões de carbono em usinas

Administração Trump busca redução de regulamentos sobre emissões de carbono para usinas a carvão e gás, impactando a política ambiental dos EUA.
24/05/2025 às 19:49 | Atualizado há 2 meses
Emissões de gases EUA
Governo Trump revoga regras de controle de gases de efeito estufa da era Biden. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) está desenvolvendo um plano para revogar as restrições sobre as Emissões de gases EUA provenientes de usinas termoelétricas a carvão e gás. Esta ação faz parte de uma estratégia mais ampla, iniciada pelo governo Trump, para desfazer regulamentações ambientais implementadas durante a administração Biden. A iniciativa ocorre em um contexto de debates sobre a necessidade de equilibrar a proteção ambiental com a garantia de energia acessível e confiável.

A EPA, estabelecida em 1970, tem como missão principal proteger o meio ambiente e a saúde pública nos Estados Unidos. Para isso, a agência regula poluentes e supervisiona o cumprimento das normas ambientais. O plano em análise busca anular as regras estabelecidas no último ano do governo Biden, que visavam limitar as emissões de gases nocivos, reconhecidos por contribuir para o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Essa decisão surge após a Suprema Corte americana restringir, em 2022, o poder da EPA de forçar o fechamento de usinas a carvão e incentivar a transição para fontes de energia renováveis. Segundo Lee Zeldin, administrador da EPA, a medida tem como objetivo assegurar um fornecimento de energia “confiável e acessível”. No entanto, críticos argumentam que a flexibilização das normas pode representar um retrocesso nos esforços para combater as mudanças climáticas.

O plano em questão, que está sob análise na Casa Branca desde o início de maio, sustenta que as emissões provenientes de usinas representam uma parcela pequena e decrescente das emissões globais. Segundo informações do The New York Times, a eliminação dessas emissões teria um impacto limitado sobre a saúde pública. Em 2022, as usinas foram responsáveis por aproximadamente 25% das emissões totais nos EUA, mostrando a relevância do setor na contribuição para as emissões nacionais.

A proposta da EPA faz parte de um esforço mais amplo para reverter regulamentações ambientais da era Biden, incluindo normas para veículos elétricos e a proteção de recursos hídricos. Essa estratégia tem gerado controvérsia e críticas de especialistas, que alertam para os riscos de flexibilizar os limites de emissão. A Union of Concerned Scientists, por exemplo, destaca que as usinas a carvão e gás são as maiores fontes estacionárias de gases de efeito estufa nos EUA e que seu controle é fundamental para atingir as metas climáticas nacionais.

Entretanto, grupos conservadores e do setor energético defendem a flexibilização regulatória como uma forma de reduzir custos, evitar o aumento de preços e garantir a segurança no fornecimento de energia. Myron Ebell, que liderou a equipe de transição da EPA no governo Trump, descreveu as regulamentações anteriores como prejudiciais à economia. Essa divergência de opiniões reflete o conflito entre políticas de curto prazo, focadas na economia, e estratégias de longo prazo para a sustentabilidade ambiental.

A controvérsia em torno das Emissões de gases EUA também envolve disputas jurídicas em andamento, com estados liderados por republicanos e empresas do setor buscando barrar as regras, alegando que elas representam riscos à estabilidade da rede elétrica. A administração Biden argumenta que as medidas foram cuidadosamente elaboradas para evitar esses impactos, buscando um equilíbrio entre a proteção ambiental e a garantia de um fornecimento de energia confiável. A decisão final terá um impacto direto nos esforços dos EUA para cumprir seus compromissos globais de combate às mudanças climáticas.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.