Governo da Venezuela mira em economistas após repressão

Governo venezuelano intensifica perseguição a economistas, levantando preocupações sobre liberdade de expressão e repressão política.
25/07/2025 às 08:42 | Atualizado há 1 semana
Economistas da Venezuela
Especialistas alertam que dados econômicos estão sob ataque de fontes independentes. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Na Venezuela, a crescente repressão do governo de Nicolás Maduro contra vozes críticas tem atingido um novo alvo: os economistas da Venezuela. Especialistas que buscam fornecer análises independentes sobre a deterioração da situação econômica do país têm enfrentado detenções e intimidações, numa tentativa de silenciar informações que contrariam a narrativa oficial.

A ação do governo tem gerado um clima de medo entre os economistas da Venezuela, impactando a divulgação de dados financeiros essenciais. Com o Banco Central da Venezuela sem publicar informações confiáveis sobre a inflação há anos, profissionais independentes se tornaram cruciais para preencher essa lacuna, oferecendo estimativas que refletem a realidade econômica do país.

O cerco aos economistas da Venezuela intensificou-se nos últimos meses, com relatos de cerca de 20 profissionais detidos ou envolvidos em investigações. Entre os casos mais notórios está o de Rodrigo Cabezas, ex-ministro da Fazenda e crítico das políticas econômicas de Maduro, que foi detido sob alegações de problemas na rede elétrica de sua residência. Sua família permanece sem informações sobre seu paradeiro.

A crise econômica da Venezuela, marcada pela hiperinflação e desvalorização do bolívar, levou muitos cidadãos a buscarem refúgio no dólar americano para proteger suas economias. A taxa de câmbio paralela, divulgada por sites como o Monitor Dólar, tornou-se um indicador crucial para o mercado, refletindo o valor real da moeda nas ruas. O governo, por sua vez, tenta controlar essa taxa, buscando silenciar aqueles que reportam dados não oficiais.

A perseguição aos economistas da Venezuela e a outros grupos financeiros independentes reflete uma estratégia mais ampla do governo Maduro para suprimir dados e silenciar a dissidência. O governo venezuelano não divulga estatísticas oficiais de epidemiologia desde 2016 e mantém em segredo dados sobre o aumento da mortalidade infantil por fome.

Apesar das sanções dos EUA, que inicialmente foram amenizadas durante o governo Biden na esperança de eleições justas, a situação econômica permanece instável. Após Maduro declarar vitória em uma eleição considerada amplamente fraudulenta, novas sanções foram impostas, impactando ainda mais a economia venezuelana.

Organizações de direitos humanos, como a Provea, denunciam as prisões arbitrárias e desaparecimentos de economistas da Venezuela, enquanto sites financeiros como Monitor Dólar e El Dorado fecharam em resposta à pressão governamental. A falta de transparência e o cerceamento à liberdade de expressão preocupam a comunidade internacional, que acompanha de perto a situação no país.

A situação dos economistas da Venezuela reflete a repressão enfrentada por vozes independentes no país, onde a lei e a Constituição parecem ter perdido sua relevância. A perseguição a esses profissionais, que buscam fornecer informações precisas sobre a economia, agrava ainda mais a crise e dificulta a busca por soluções.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.