O Grupo J&F, liderado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, é um ícone do mercado brasileiro. Desde seu início humilde, em 1953, como um pequeno açougue, a empresa se expandiu para se tornar um dos maiores conglomerados do país. As decisões ágeis e a gestão focada em custos se destacam na estratégia do grupo.
Com uma abordagem inovadora para aquisições, os Batista priorizam a velocidade e a adaptabilidade. Essa metodologia única permite minimizar riscos e garantir transições eficientes no gerenciamento de novas empresas. A diversificação, que inclui setores como celulose e energia, é uma parte fundamental de sua trajetória de sucesso.
A ambição do Grupo J&F se reflete em sua recente movimentação no setor energético, com a aquisição da Eletronuclear. Esta ação destaca a ousadia em explorar novos mercados. Enquanto os desafios do passado moldaram suas estratégias, a visão clara dos Batista garante que o grupo continue crescendo e se adaptando às demandas do mercado.
No cenário de grandes negociações no Brasil, o primeiro contato muitas vezes é com o Grupo J&F, liderado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Sua agilidade em decisões e a vasta disponibilidade de recursos financeiros os tornam figuras centrais no mercado. A forma peculiar como o Grupo J&F conduz seus negócios, priorizando custo fixo, margem operacional e estrutura de capital, se destaca no mercado empresarial.
A abordagem do Grupo J&F para aquisições é notavelmente direta. Diferente da tradicional due diligence, os Batista focam no essencial, aprendendo e adaptando-se rapidamente ao setor. Essa metodologia permite ao Grupo J&F raramente perder um ativo estratégico, garantindo uma transição suave e eficiente para novas empresas sob sua gestão.
A estratégia do Grupo J&F é clara: começar pequeno, absorver o conhecimento do setor e, então, investir massivamente. Essa fórmula, aplicada ao longo de décadas, transformou um açougue em Goiás em um dos maiores conglomerados privados do Brasil, com atuação em 23 países, mais de 300 mil funcionários e uma receita de R$ 434 bilhões.
O Grupo J&F, que começou com a JBS, expandiu-se para celulose com a Eldorado, controla o Banco Original e o PicPay, possui o Canal Rural, atua no setor de energia com a Âmbar e na mineração com a Lhg Mining, além de produtos de higiene e cosméticos com a Flora. Essa diversificação demonstra a visão estratégica do grupo.
A recente investida do Grupo J&F na energia nuclear, com a aquisição de parte da Eletronuclear pela Âmbar Energia, destaca sua ousadia. A ascensão da Âmbar exemplifica a estratégia dos Batista de entrar em novos mercados: identificar oportunidades subavaliadas e aplicar sua expertise para gerar valor.
A história do Grupo J&F começou em 1953, quando José Batista Sobrinho fundou um pequeno açougue em Anápolis (GO). Nos anos 1980, seus filhos Júnior, Wesley e Joesley assumiram o comando, focando na eficiência e no controle rigoroso dos custos, elementos que impulsionaram a diversificação do grupo.
A Flora, resultante do reaproveitamento do sebo bovino, simboliza a abordagem do Grupo J&F: eliminar o desperdício e maximizar o aproveitamento de recursos. Essa mentalidade contribuiu para o crescimento do Friboi, que se expandiu através da aquisição de frigoríficos em dificuldades, implementando um modelo de gestão focado em custos baixos e disciplina financeira.
Nos anos 2000, o Friboi iniciou sua internacionalização, adquirindo as operações da Swift Armour na América do Sul em 2005. Em 2007, já sob o nome JBS, realizou um IPO de R$ 1,6 bilhão, marcando sua entrada na bolsa e o início de uma expansão global com a compra da americana Swift & Company.
O crescimento continuou com a incorporação da Bertin em 2009 e a aquisição da Seara da Marfrig em 2013, consolidando a liderança do Grupo J&F no mercado de proteínas. No exterior, as aquisições da Pilgrim’s Pride e da Moy Park solidificaram sua posição global.
A Eldorado Brasil surgiu da necessidade de suprir as caldeiras do grupo com carvão de eucalipto, evoluindo para a produção de celulose. O Banco Original nasceu da dificuldade dos pecuaristas em obter crédito, e o investimento no PicPay demonstra a visão do grupo em relação ao futuro dos serviços financeiros.
A diversificação, segundo fontes próximas, sempre foi uma forma de proteção. A entrada nos setores de celulose e energia trouxe estabilidade e melhores margens, mantendo a estratégia de comprar barato, otimizar processos e vender caro.
Em 2015, o Grupo J&F adquiriu a Alpargatas, vendendo-a dois anos depois em meio à crise decorrente da delação premiada de Joesley e Wesley. Naquele período, desfez-se de ativos como a Vigor e parte da Eldorado Brasil para evitar um colapso financeiro.
Após a crise, o Grupo J&F retomou sua expansão, mirando nos setores de energia, mineração e petróleo. A Âmbar Energia, que começou com a compra de uma usina termelétrica em Cuiabá, cresceu rapidamente, adquirindo diversas usinas e tornando-se um dos braços mais estratégicos do grupo.
Com a compra da Eletronuclear, o Grupo J&F deu um salto ao participar da gestão das usinas de Angra. Em paralelo, adquiriu minas da Vale e a petroleira Fluxus, mostrando seu apetite por novos negócios e sua capacidade de se adaptar a diferentes mercados.
A recompra da Eldorado Brasil da Paper Excellence simbolizou a volta do Grupo J&F, demonstrando sua capacidade de superar desafios e retomar seu crescimento com uma estratégia mais seletiva e focada.
A simbiose entre Joesley e Wesley Batista é fundamental para o sucesso do Grupo J&F. Enquanto Joesley é o articulador estratégico, Wesley é o executor, obcecado por custos e processos. Essa parceria, marcada por um pacto de decisões internas, garante a coesão e a eficiência do grupo.
Na linha sucessória, destacam-se Wesley Batista Filho, José Antônio Batista Costa, Aguinaldo Ramos Filho e Murilo Moita Batista, que representam o futuro do Grupo J&F. A escolha de executivos como Gilberto Tomazoni e Marcelo Zanatta, que ascenderam dentro do grupo, reflete a valorização do talento interno e a aposta em profissionais que compartilham a cultura e os valores da empresa.
A cultura do Grupo J&F, caracterizada por decisões rápidas, aversão ao desperdício e confiança no próprio instinto, permanece a mesma ao longo dos anos. Essa cultura, aliada a uma visão estratégica e a uma capacidade de adaptação, impulsiona o crescimento e a diversificação do grupo.
Via InvestNews