BC não vê ganho em divulgar cenários diante da incerteza externa, afirma Guillen

Entenda por que o Banco Central evita compartilhar cenários diante das atuais incertezas econômicas.
24/04/2025 às 13:03 | Atualizado há 3 meses
BC não vê ganho
Cautela e flexibilidade são prioridades no cenário global incerto, diz diretor do BC. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, ressaltou que a conjuntura internacional, marcada por incertezas, demanda uma postura cautelosa e adaptável por parte da instituição. Em contrapartida, ele descartou a necessidade de divulgar cenários futuros para a política monetária brasileira.

Durante um evento promovido pela XP em Washington, paralelamente à reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), Guillen argumentou que, embora outros bancos centrais e instituições como o FMI apresentem diferentes cenários com possíveis respostas da política monetária, essa estratégia não agregaria valor no contexto atual. Para ele, o BC não vê ganho em oferecer múltiplos cenários, mas sim em enfatizar a incerteza do momento.

Guillen enfatizou que a transparência não implica necessariamente fornecer uma direção clara sobre os próximos passos da taxa Selic. Segundo ele, ser transparente significa garantir que a reação da política monetária seja compreendida. A recente escalada na incerteza externa, especialmente devido às tarifas impostas por Donald Trump, levou o BC a adotar uma comunicação mais prudente, após uma breve tentativa de oferecer uma orientação mais extensa no final de 2023, quando o cenário doméstico parecia mais previsível.

O diretor explicou que, como o choque de incerteza é difícil de quantificar e causa impactos variados, a recomendação teórica e prática é agir com gradualismo, ser transparente e evitar ações abruptas. O Banco Central mantém sua avaliação de que a política monetária permanece eficaz e que o cenário base atual considera uma desaceleração do crescimento, necessária para trazer a inflação de volta à meta estabelecida.

Segundo Guillen, o cenário base do BC envolve uma moderação do crescimento e uma inflação persistente. Ele garantiu que a política monetária continua a funcionar, e a postura contracionista deve reconduzir a inflação à meta. As declarações de Guillen reforçam a postura do Banco Central em priorizar a estabilidade econômica em um ambiente global incerto.

Via InfoMoney

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