Herberts Cukurs: o nazista que viveu por 20 anos no Brasil alugando pedalinhos no Rio

Nazistas no Brasil: a história de Herberts Cukurs, piloto letão que viveu no Rio alugando pedalinhos após ser acusado de crimes de guerra. Saiba mais!
01/02/2025 às 15:35 | Atualizado há 4 meses
Nazistas no Brasil
Nazistas no Brasil

Herberts Cukurs, um aviador letão com um passado obscuro ligado ao nazismo, viveu tranquilamente no Brasil por quase duas décadas. Sua história, marcada por acusações de crimes de guerra e uma execução controversa, levanta questões sobre a impunidade e a memória histórica. Acompanhe os detalhes desse caso intrigante.

Em março de 1946, Herberts Cukurs chegou ao Rio de Janeiro com sua família. Aparentemente um imigrante comum, Cukurs escondia um passado ligado aos Nazistas no Brasil. Acusado de participar do assassinato de milhares de judeus durante o Holocausto, ele se estabeleceu no bairro de São Cristóvão. Cukurs não era um fugitivo, tendo entrado no país legalmente, sem acusações formais contra ele na época.

Assim como outros nazistas, Cukurs encontrou refúgio na América Latina após a Segunda Guerra. Enquanto figuras como Adolf Eichmann e Josef Mengele também escaparam para a região, Cukurs se destaca por ter vivido abertamente no Brasil. Sua história é explorada na audiossérie “Do Céu ao Inferno: o caso Herberts Cukurs”, disponível na Audible. A série revela detalhes da vida de Cukurs, desde sua carreira como aviador até sua ligação com o regime nazista.

Nascido na Letônia em 1900, Cukurs se tornou um piloto famoso, projetando e construindo suas próprias aeronaves. Suas viagens internacionais o transformaram em herói nacional. Contudo, com a invasão nazista da União Soviética em 1941, Cukurs se juntou à milícia _Arajs Kommando_, subordinada à SS de Hitler. Esse grupo foi responsável pelo extermínio de grande parte da população judaica letã.

Cukurs foi acusado de participar da morte de cerca de 30 mil judeus, incluindo o incêndio de uma sinagoga e afogamentos em massa. Após a guerra, ele conseguiu esconder seu envolvimento com os nazistas e imigrou para o Brasil, país que admirava por ser terra natal de Santos Dumont. No Rio, Cukurs se tornou empresário, alugando pedalinhos na Lagoa Rodrigo de Freitas. Também oferecia passeios de barco e hidroavião.

Em 1950, a Federação das Sociedades Israelitas do Rio de Janeiro o acusou de crimes de guerra, baseada em relatos de sobreviventes do Holocausto. Cukurs admitiu colaborar com os nazistas, mas negou os crimes. Ficou conhecido como o “nazista dos pedalinhos”. Com o julgamento de Eichmann em 1960, Cukurs temeu ser o próximo alvo. Obteve porte de arma e proteção policial no Brasil.

Em 1964, aproximou-se de Anton Kuenzle, que na verdade era Yaakov Meidad, agente do Mossad. Meidad atraiu Cukurs para o Uruguai sob o pretexto de expandir seus negócios. Duas semanas depois, Cukurs foi encontrado morto em um baú, com uma carta assumindo a responsabilidade por sua execução. O documento, assinado por “aqueles que nunca esquecerão”, detalhava as acusações contra ele.

A execução de Cukurs antes da conclusão do processo de extradição para a Alemanha impediu que ele fosse julgado formalmente. O caso continua a gerar debate sobre justiça e memória. A história de Cukurs permanece relevante, especialmente no contexto atual, onde o neonazismo ainda representa uma ameaça. Relembrar esses eventos históricos nos ajuda a combater a intolerância e a violência.

Via Super

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.