O Complexo Pequeno Príncipe, localizado em Curitiba, se destaca por implementar uma iniciativa de grande relevância no cenário da saúde brasileira. Com um investimento de US$ 15 mil (R$ 82.580), o hospital se tornou o primeiro do Brasil a adquirir créditos de biodiversidade no Brasil, conquistando também a certificação ambiental em nível mundial para seu braço pediátrico.
Esta aquisição envolve 5 mil créditos, o que corresponde a um terço da quantidade necessária para compensar sua pegada em biodiversidade. Diferente do mercado de carbono, o foco dos créditos de biodiversidade está em quantificar o impacto das atividades na natureza e na necessidade de ações para minimizá-lo. A transação foi realizada com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), uma organização com experiência de quatro décadas em proteção da Mata Atlântica. Os créditos comprados originam-se de uma parte das Reservas Naturais mantidas pela SPVS no litoral do Paraná.
Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, acredita que essa colaboração possa inspirar futuras iniciativas ambientalmente responsáveis em larga escala. Para o Complexo Pequeno Príncipe, essa conquista representa um passo importante na incorporação de práticas sustentáveis ao setor de saúde, posicionando o Brasil na vanguarda dessa integração. “Estar na frente desse movimento reafirma nosso compromisso com o futuro”, afirmou José Álvaro Carneiro, diretor-corporativo da instituição.
Além de adquirir esses créditos, a unidade hospitalar reforça seu compromisso ambiental. Desde 2021, o hospital é carbono neutro e recebeu o reconhecimento internacional de padrão ouro no Prêmio Global Health Care Climate Challenge. José destaca que a instituição já realiza diversas ações em prol da eficiência energética, da redução de emissão de gases poluentes e da correta gestão de resíduos. No entanto, é fundamental ir além, especialmente considerando a gravidade da crise climática.
O diretor ressalta a importância de cuidar do ambiente onde as crianças crescerão, associando saúde e natureza de forma indissociável. Para Regiane Borsato, diretora-executiva do Instituto LIFE, essa iniciativa é um marco que inspira outras empresas brasileiras a enfrentar desafios ambientais.
Os créditos de biodiversidade no Brasil surgiram a partir do Marco Global da Biodiversidade, estabelecido na COP15 em Montreal, 2022. Eles são mais que ferramentas de compensação; são essenciais para garantir a conservação do meio ambiente. Fatores como tamanho e localização da área, além da sua importância ecológica, são considerados na geração desses créditos para que ações de conservação possam ser priorizadas, refletindo a importância biológica de áreas naturais em cada contexto local.
A adoção de créditos de biodiversidade representa uma estratégia inovadora para enfrentar a degradação ambiental, permitindo que instituições como o Complexo Pequeno Príncipe liderem pelo exemplo. Essa abordagem holística reafirma a conexão essencial entre saúde e ambientes saudáveis, promovendo um futuro mais sustentável para todos.
Via Exame
