Desde junho, a Huawei voltou ao Brasil com smartphones premium, como o Mate X6 e Mate XT, com preços elevados. O Mate X6 sai por R$ 22 mil, superando o preço de modelos como o iPhone 16 Pro Max, indicando o foco em um mercado de luxo.
A estratégia da Huawei reflete a crescente presença das marcas chinesas no Brasil, que buscam não só vender em volume, mas também conquistar o segmento de alto valor agregado. Além disso, a produção local em Manaus por marcas como Jovi e Oppo aponta para uma mudança na dinâmica do mercado.
De acordo com a NielsenIQ, os celulares chineses já representam uma fatia significativa do mercado de smartphones, com uma busca crescente por produtos premium. As empresas estão investindo pesado para se estabelecer com marcas aspiracionais no Brasil, mesmo diante da forte concorrência.
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Atualmente, o mercado brasileiro de smartphones tem uma nova participante liderando em preço, a Huawei. Desde junho, a gigante chinesa retomou suas operações no Brasil com os modelos Mate X6 e Mate XT, posicionando-se em um nicho exclusivo. O Mate X6, por exemplo, custa R$ 22 mil, um valor 40% superior ao do iPhone 16 Pro Max de 1 TB, que sai por R$ 15,5 mil. Já o Mate XT ultrapassa o dobro do preço do iPhone, chegando a impressionantes R$ 33 mil.
Essa estratégia da Huawei revela uma tendência maior: as marcas chinesas estão investindo pesado no Brasil, visando não apenas volume de vendas, mas também o segmento de produtos de desejo. Essa mudança de foco acompanha o movimento de outras indústrias chinesas, como a automobilística, que agora compete com marcas premium.
O grande diferencial dos celulares chineses no Brasil da Huawei está em seu design “expansível”. O Mate X6 possui três telas, sendo que duas se dobram para dentro, transformando-se em um display gigante quando abertas, como um livro. Já o Mate XT vai além, permitindo desdobrar as três telas em um painel de 10,2 polegadas, funcionando como um tablet dobrável, algo inédito no portfólio da Apple.
A estratégia de preços altos da Huawei é uma forma de sinalizar que a empresa ambiciona se tornar uma marca aspiracional. Diego Marcel, gerente de relações públicas da Huawei no Brasil, destaca a importância de construir uma marca forte para conquistar reputação e, posteriormente, buscar uma fatia maior do mercado com modelos mais acessíveis.
A volta da Huawei ao Brasil se iniciou com uma pop-up store em São Paulo, com planos para uma loja conceito ainda este ano. A empresa também expandiu sua presença online, vendendo seus produtos através de seu website, Amazon, Shopee, Mercado Livre e TikTok Shop.
A chinesa Jovi, da Vivo, também chegou ao mercado brasileiro, buscando consumidores que desejam alternativas aos modelos existentes. A empresa estabeleceu sua produção na Zona Franca de Manaus em parceria com a GBR, lançando modelos como o V50, que se destaca pela câmera com lentes Zeiss.
A Jovi também oferece a linha Y, com preços entre R$ 1,4 mil e R$ 1,8 mil, apresentando diferenciais como bateria de 6,5 mil mAh e certificação militar de resistência. André Varga, diretor de produto da Jovi, explica que a empresa realizou uma pesquisa aprofundada sobre o comportamento dos brasileiros para adaptar seus produtos às necessidades do mercado.
A Oppo, outra marca chinesa, também aposta na produção local em Manaus, em parceria com a Multi (ex-Multilaser). Seu modelo premium, o Reno 13F, conta com IA do Google e câmera de 50 megapixels, com um preço aproximado de R$ 3 mil.
De acordo com a NielsenIQ, as marcas chinesas já representam 14% do volume de vendas de eletroeletrônicos no Brasil e 21% do faturamento, demonstrando um crescimento constante e a busca por modelos mais caros. Matheus Rabelo, gerente da NielsenIQ, ressalta que essa tendência não se limita ao Brasil, com participações ainda maiores em outros países da América Latina.
O Brasil, com seus milhões de usuários de smartphones, representa um mercado promissor para as fabricantes chinesas. Apesar da forte concorrência de marcas como Samsung, Apple e Motorola, o investimento e a estratégia consistente das empresas chinesas indicam uma consolidação e expansão no mercado nacional de celulares chineses no Brasil.
Via InvestNews
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