A divulgação dos dados de desemprego referentes ao trimestre encerrado em junho trará uma importante atualização. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai reavaliar o universo da pesquisa com base nas informações do Censo 2022, o que poderá gerar ajustes nos resultados anteriores. Essa mudança, realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, promete trazer um retrato mais preciso do mercado de trabalho brasileiro.
A reponderação da Pnad Contínua, prevista para 2025, utilizará os dados populacionais do Censo 2022, que foram divulgados em 2024. Isso significa que a amostra de domicílios pesquisados refletirá de forma mais exata a composição da população brasileira. As taxas de desemprego divulgadas recentemente poderão sofrer alterações, já que a série histórica iniciada em 2012 será completamente atualizada.
Um exemplo prático dessa reponderação é a proporção entre homens e mulheres na população. Se o Censo 2022 identificar uma diferença significativa em relação aos dados anteriores, essa proporção será ajustada na amostra da Pnad Contínua. O IBGE projeta que a população brasileira em 2024 é de 212,6 milhões de habitantes, enquanto a Pnad estimava mais de 216 milhões, demonstrando a necessidade dessa correção.
O objetivo principal dos censos demográficos é atualizar os parâmetros populacionais das pesquisas domiciliares, como a Pnad Contínua. Essa atualização é uma prática comum do IBGE, realizada após cada censo decenal, ou em situações especiais como a pandemia de Covid-19, que exigiu adaptações na coleta de dados. Com a reponderação, toda a série histórica da Pnad Contínua será revisada para garantir maior precisão.
Outros países também adotam essa prática de atualizar suas pesquisas amostrais após a realização de censos demográficos. Segundo o IBGE, reponderações anteriores da Pnad antiga e da Pnad Contínua mostraram que as mudanças nos indicadores não são significativas. Geralmente, as alterações ocorrem nos números absolutos da população, com pequenas variações nos indicadores proporcionais, afetando a segunda ou terceira casa decimal dos percentuais.
Os dados mais recentes da Pnad, divulgados em 27 de junho, apontaram para uma taxa de desocupação de 6,2% no trimestre encerrado em maio, o menor valor da série histórica para esse período. A menor taxa já registrada foi de 6,1%, em novembro de 2024, enquanto a maior foi de 14,9%, durante a pandemia de Covid-19. Esses dados refletem a dinâmica do mercado de trabalho no país.
O Censo 2022 revelou informações detalhadas sobre a população brasileira, como o total de 203.080.756 pessoas, com uma projeção de 212,6 milhões em 2024. As mulheres representam 51,5% da população, enquanto os homens são 48,5%. A maioria da população (87,4%) vive em áreas urbanas, e 12,6% em áreas rurais. Em relação à cor ou raça, 45,3% se declararam pardos, 43,5% brancos, 10,2% pretos, 0,6% indígenas e 0,4% amarelos.
A atualização dos dados de desemprego pelo IBGE é crucial para fornecer uma visão mais precisa do mercado de trabalho no Brasil. A reponderação da Pnad Contínua, com base no Censo 2022, garante que as políticas públicas e as análises econômicas sejam baseadas em informações mais fidedignas e representativas da realidade brasileira.
Via InfoMoney