Na última sexta-feira, o Ibovespa em altademonstrou sua força ao superar a baixa liquidez influenciada pelo fechamento de Wall Street, garantindo um novo recorde pelo segundo dia consecutivo. O principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia com uma valorização de 0,24%, atingindo 141.263,56 pontos, o maior patamar nominal já registrado em sua história.
Durante o pregão, o Ibovespa também alcançou a máxima nominal intradia, chegando aos 141.563,85 pontos, um aumento de 0,45%. O dólar à vista (USBRL) acompanhou o movimento, fechando as negociações a R$ 5,4248, com uma alta de 0,37%.
No cenário doméstico, investidores mantiveram o foco nas tensões entre o Executivo e o Legislativo, em relação ao impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu os efeitos dos decretos presidenciais que aumentavam as alíquotas do IOF, além de anular a decisão do Congresso Nacional que tentava reverter a medida.
Moraes convocou uma audiência de conciliação para o dia 15, com a participação de representantes do governo, da Câmara, do Senado e da Procuradoria-Geral da República. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão de Moraes busca delimitar as competências de cada Poder, o que considera positivo para o país. Haddad também garantiu que o governo demonstrará ao STF que não houve aumento linear do IOF, mas sim correções de distorções.
No lado positivo do Ibovespa, a Vibra Energia (VBBR3) se destacou após um relatório do Safra apontar que a empresa ganhou 0,9% de participação no mercado de etanol, impulsionada pela maior competitividade após o início dos impostos federais monofásicos sobre o etanol. Além disso, a empresa foi beneficiada pela notícia de que a Inpasa, maior produtora de etanol de milho no Brasil, adquiriu cerca de 3% da Vibra e planeja aumentar sua participação, embora a Inpasa tenha negado a informação.
Os papéis de empresas de grande peso no índice também contribuíram para os ganhos do pregão. A Vale (VALE3) avançou seguindo o desempenho do minério de ferro na China. Por outro lado, a Petrobras (PETR3; PETR4) interrompeu sua sequência de ganhos e fechou em queda, influenciada pelo desempenho do petróleo Brent.
A Engie (EGIE3) liderou as perdas, devolvendo os ganhos do dia anterior, quando suas ações subiram mais de 4%. Na semana, a Embraer (EMBR3) apresentou o melhor desempenho no Ibovespa, enquanto o Assaí (ASAI3) registrou o pior desempenho.
No cenário externo, os mercados de Wall Street permaneceram fechados devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Investidores aguardavam a sanção presidencial do pacote orçamentário, conhecido como “Beautiful Bill”, aprovado pela Câmara dos Representantes, que deve aumentar o déficit fiscal dos EUA em US$ 3,3 trilhões nos próximos anos. Na Ásia, os índices fecharam sem direção definida. O índice Nikkei do Japão apresentou um leve avanço de 0,06%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong recuou 0,64%. Na Europa, os índices fecharam em queda, com expectativas sobre as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, devido ao fim da trégua das tarifas. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,48%, atingindo 541,13 pontos.
O desempenho recente do Ibovespa em alta reflete uma combinação de fatores internos e externos, desde decisões políticas e fiscais no Brasil até o cenário econômico global e o desempenho de commodities importantes como o minério de ferro e o petróleo. Investidores seguem atentos aos desdobramentos desses eventos para avaliar os próximos passos do mercado financeiro.
Via Money Times