O Ibovespa registrou uma queda de 0,31%, fechando a 141.708,19 pontos. A desvalorização foi impulsionada pela Petrobras e pela rejeição de medidas fiscais. O volume financeiro do dia somou R$ 18 bilhões.
A Câmara dos Deputados invalidou a Medida Provisória 1303, que visava ajustes fiscais importantes para o futuro. Essa rejeição criou um ambiente de incerteza, afetando negativamente a confiança dos investidores. O governo buscará novas alternativas para ajustar a arrecadação.
Ainda, o IPCA teve um aumento de 0,48%, inferior à expectativa do mercado. Essa variação é um sinal de que a política monetária pode ser flexibilizada no próximo ano. No cenário internacional, ações dos EUA também fecharam em baixa, refletindo um dia difícil para os mercados.
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O Ibovespa fecha no negativo nesta quinta-feira (9), com queda de 0,31%, atingindo 141.708,19 pontos. A performance foi impactada principalmente pela Petrobras, além da repercussão negativa da derrubada de uma medida provisória que visava melhorar o desempenho fiscal do governo. O volume financeiro totalizou R$ 18 bilhões.
A Câmara dos Deputados votou contra a Medida Provisória 1303, invalidando a principal proposta de ajuste fiscal do governo para 2026. Essa MP buscava compensar a rejeição de mudanças no decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O governo havia concordado em reduzir a arrecadação prevista na proposta inicial de R$20,9 bilhões para R$17 bilhões. Contudo, mesmo com a diminuição do impacto, a medida não obteve aprovação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que novas alternativas serão apresentadas.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a rejeição da MP gerou ruídos políticos e aumentou a incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas. Essa instabilidade contribuiu para o sentimento negativo no mercado.
O IBGE divulgou que o IPCA subiu 0,48% em setembro, após uma queda de 0,11% em agosto, ficando abaixo da estimativa de 0,52% dos economistas. A economista-chefe da InvestSmart XP, Mônica Araújo, acredita que o índice abaixo do esperado não deve alterar a expectativa do mercado para o início da flexibilização da política monetária, que deve ocorrer no final do primeiro trimestre de 2026.
Nos Estados Unidos, as ações também fecharam em território negativo. Investidores aproveitaram a ausência de dados econômicos relevantes para realizar lucros antes da temporada de balanços do terceiro trimestre.
O S&P 500 e o Nasdaq recuaram em relação aos recordes de fechamento do dia anterior, enquanto o Dow Jones registrou a maior queda percentual. Dados preliminares indicam que o S&P 500 perdeu 0,27%, fechando em 6.735,22 pontos, o Nasdaq teve variação negativa de 0,08%, atingindo 23.023,95 pontos, e o Dow Jones caiu 0,51%, para 46.363,20 pontos.
A valorização do dólar frente a outras moedas fortes, como o iene e o euro, impulsionou o fortalecimento da moeda americana também em relação às divisas de países emergentes, incluindo o real. Paralelamente, o mercado acompanhou os desdobramentos da rejeição da medida provisória sobre a taxação de aplicações financeiras.
O dólar à vista encerrou a sessão com alta de 0,61%, cotado a R$ 5,37. Apesar disso, no acumulado do ano, a moeda apresenta uma baixa de 13,01%. Na B3, o dólar para novembro subiu 0,70%, alcançando R$ 5,4035.
João Oliveira, superintendente de Câmbio na Moneycorp, comentou que a alta do dólar foi influenciada pelas declarações da futura primeira-ministra do Japão sobre a política monetária do Banco Central japonês. Essa situação desvalorizou outras moedas em relação ao dólar, incluindo o real.
Após atingir a cotação mínima de R$ 5,3240, o dólar à vista chegou à máxima de R$ 5,3808, acompanhando a trajetória de fortalecimento da moeda americana no cenário internacional. No Brasil, os investidores mantiveram o foco em Brasília, monitorando as consequências da rejeição da MP 1303.
Em entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou que discutirá com ministros alternativas para tributar o sistema financeiro, especialmente as fintechs, após a queda da MP. O ministro Fernando Haddad também afirmou que apresentará diversas opções a Lula.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton José David, avaliou que metade da valorização do real este ano se deve à própria moeda brasileira, enquanto a outra metade é resultado do enfraquecimento do dólar.
David também destacou que o mercado de câmbio brasileiro possui uma característica peculiar, com mais de 90% da liquidez concentrada nos derivativos, ao contrário de outros países, onde a divisão entre derivativos e segmento à vista é mais equilibrada.
Durante a sessão, o Banco Central vendeu 40 mil contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de novembro.
Com a instabilidade no cenário fiscal e a influência de fatores externos, o Ibovespa fecha no negativo. Investidores seguem atentos aos próximos capítulos das discussões sobre medidas alternativas para o ajuste fiscal e ao comportamento do mercado internacional.
Diante deste cenário, é crucial que os investidores mantenham a cautela e diversifiquem suas carteiras, buscando proteção em ativos mais seguros e acompanhando de perto as notícias e análises do mercado financeiro.
A situação do Ibovespa fecha no negativo exige atenção e planejamento estratégico por parte dos investidores, que devem estar preparados para lidar com a volatilidade e buscar oportunidades em meio à incerteza.
Via Forbes Brasil
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