Ibovespa recua mais de 1% com preocupaçõe sobre tarifas dos EUA

Ibovespa cai mais de 1% devido ao receio de tarifas dos EUA, enquanto dólar atinge R$ 5,58.
18/07/2025 às 18:04 | Atualizado há 2 semanas
Queda do Ibovespa
Ibovespa cai mais de 2,2 mil pontos devido a incertezas políticas e tarifas. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Na última sexta-feira, o Queda do Ibovespa marcou um recuo de 1,61%, atingindo 133.381,58 pontos. Ao longo da semana, o índice acumulou uma desvalorização de 2,06%. Paralelamente, o dólar à vista apresentou alta, fechando a R$ 5,5876, com um aumento de 0,73%. A combinação de fatores domésticos e externos contribuiu para esse cenário no mercado financeiro brasileiro.

Investidores demonstraram cautela diante de possíveis tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. As ameaças de taxação por parte do governo norte-americano em resposta às ações da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, adicionaram pressão ao mercado. A carta de Donald Trump a Bolsonaro, vinculando tarifas comerciais ao julgamento do ex-presidente, aumentou a incerteza.

No cenário internacional, Donald Trump voltou a criticar o BRICS, acusando o bloco de tentar minar a dominância do dólar. Ele ainda ameaçou impor tarifas de 10% sobre todos os países membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos, que aderiram ao bloco no ano anterior.

As ações de empresas de grande porte foram destaque na ponta negativa do Ibovespa. A aversão ao risco impactou negativamente os papéis da Petrobras, que registraram a segunda queda consecutiva. Bancos e Embraer também sofreram perdas acima de 1%. Vale foi a única blue chip com leve alta, impulsionada pelo desempenho do minério de ferro.

Braskem liderou as quedas no Ibovespa. Essa queda ocorreu após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a possível venda da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) ao fundo Petroquímica Verde, ligado a Nelson Tanure.

Engie Brasil liderou a ponta positiva do Ibovespa. As ações do setor elétrico são consideradas “defensivas” em momentos de incerteza e atraem investidores em busca de dividendos.

Na semana, GPA apresentou o melhor desempenho no Ibovespa, impulsionada pelo aumento da participação da família Coelho Diniz na empresa. Braskem, por outro lado, teve o pior desempenho acumulado nos últimos cinco pregões.

Em Wall Street, os índices encerraram o dia sem uma direção clara. O Nasdaq renovou seu recorde de fechamento. As negociações tarifárias permaneceram no centro das atenções, e Donald Trump mencionou “grandes acordos comerciais” em breve, durante a assinatura do projeto de lei que regula as stablecoins nos EUA.

O Financial Times reportou que Donald Trump exige uma tarifa mínima de 15% a 20% nas negociações com a União Europeia. No fim de semana anterior, ele havia anunciado uma tarifa de 30% sobre produtos fabricados pelos países membros do bloco. No cenário corporativo, as ações da Netflix caíram mais de 4% após a divulgação dos resultados trimestrais.

Os mercados asiáticos apresentaram desempenhos mistos, com o índice Nikkei do Japão em queda e o Hang Seng de Hong Kong em alta. Na Europa, os mercados também terminaram em tom misto, influenciados pelas expectativas de acordos tarifários e pelas reações aos balanços corporativos.

Via Money Times

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