Idec processa Gol por greenwashing em programa de compensação ambiental

Idec move ação contra Gol por vender compensação ambiental sem validade real no programa 'Meu Voo Compensa'. Entenda a acusação de greenwashing e pedido de R$ 5 mi em indenização.
03/12/2025 às 15:07 | Atualizado há 6 horas
               
Compensação ambiental sem validade
Ação civil acusa aérea de vender tokens sem validade ambiental e enganar passageiros. Sem resposta da empresa. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) ajuizou ação civil pública contra a Gol Linhas Aéreas no TJ-SP. A acusação é de greenwashing no programa “Meu Voo Compensa”, que vendia tokens de carbono sem reconhecimento ambiental válido, provenientes da Moss e vetados pela Verra.

A Gol prometia neutralizar emissões com simples selfies, mas faltavam transparência e auditorias. O programa continuou até 2025, ligado a projetos investigados. A companhia nega irregularidades e preza pela transparência. Casos semelhantes ocorreram com outras aéreas no exterior.

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) ajuizou ação civil pública contra a Gol Linhas Aéreas no Tribunal de Justiça de São Paulo. A entidade alega greenwashing no programa “Meu Voo Compensa” e requer R$ 5 milhões em indenização por danos morais coletivos.

A acusação centra-se na venda de tokens de carbono sem reconhecimento ambiental válido. Esses ativos vinham da Moss, mas a Verra alertava desde 2021 que não se tratava de créditos reais. Em 2022, a certificadora vetou tokens baseados em créditos desativados, sem benefício climático real.

Ainda assim, o programa operou até janeiro de 2025. Alguns tokens ligavam-se ao “Projeto Fortaleza Ituxi”, investigado pela Polícia Federal na Operação Greenwashing.

A publicidade da Gol prometia neutralizar emissões de forma simples, como uma selfie. Faltavam dados sobre cálculo, rastreio ou auditorias. Passageiros pensavam contribuir para redução real de emissões, mas compravam itens sem validade ambiental, ou compensação ambiental sem validade.

Anúncios chamavam o pagamento de “doação”, mas a Gol disse em juízo ser operação paga. O “Avião Verde” simbolizava sustentabilidade sem provas de abatimento. Após notificação do Idec, a Gol encerrou a parceria com Moss e removeu o programa sem explicar recursos ou créditos usados.

A Gol rebateu em nota: preza transparência e nega práticas contra sustentabilidade legal. Segue à disposição das autoridades.

Casos similares, como da KLM na Holanda, forçaram revisões de campanhas ambientais.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.