O aumento do uso da inteligência artificial (IA) tem levado a uma expansão massiva dos Data centers de IA, gerando preocupações sobre o consumo de energia e recursos hídricos. Um relatório recente da Accenture aponta que as emissões de carbono desses centros de dados podem aumentar 11 vezes até 2030, um cenário alarmante que exige atenção imediata.
Nos próximos cinco anos, os Data centers de IA devem consumir cerca de 612 terawatts-hora de eletricidade, o equivalente ao consumo anual de energia do Canadá, elevando as emissões globais de carbono em 3,4%. Além disso, o consumo de água pode ultrapassar 3 bilhões de metros cúbicos por ano, impactando severamente os recursos hídricos já pressionados.
A OpenAI, por exemplo, investirá US$ 500 bilhões em infraestrutura nos EUA, alugando capacidade da Oracle, totalizando 4,5 gigawatts de energia. A Meta também busca US$ 29 bilhões para construir Data centers de IA, com a Entergy fornecendo novas usinas de energia. Mark Zuckerberg alertou que os EUA precisam acelerar a construção de Data centers de IA para não ficarem atrás da China.
O governo dos EUA também demonstra urgência na expansão dos Data centers de IA, com David Sacks defendendo a necessidade de agilizar licenças e aumentar a geração de energia. Essa corrida pela dominância da IA levanta questões sobre a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade dos recursos.
Diante desse cenário, a Accenture propõe o Sustainable AI Quotient (SAIQ), uma métrica para medir os custos da IA em termos de investimento, consumo de energia, emissões de CO₂ e uso de água. Matthew Robinson, da Accenture Research, espera que as previsões pessimistas não se concretizem e defende ações para evitar a carbonização impulsionada pelos Data centers de IA.
Para mitigar os impactos ambientais, a Accenture recomenda otimizar a eficiência energética dos Data centers de IA, usar IA de forma consciente e garantir uma melhor governança sobre as iniciativas de sustentabilidade. O Google, por exemplo, tem investido em energia limpa e melhorias de eficiência, reduzindo as emissões de seus Data centers de IA em 12% em 2024.
Apesar dos desafios, empresas como o Google mostram que é possível conciliar o avanço da IA com a responsabilidade ambiental. O equilíbrio entre o crescimento tecnológico e a sustentabilidade é essencial para garantir um futuro em que a IA beneficie a todos, sem comprometer os recursos naturais.
Via InfoMoney