A imposição da Tarifa de Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos pegou de surpresa diversas associações de exportadores. A medida, que eleva em 50% a taxação de itens como café, laranja, calçados e carne, é vista como um duro golpe para os negócios entre os dois países, gerando incertezas e preocupações no setor produtivo nacional.
O setor de suco de laranja foi um dos primeiros a manifestar seu descontentamento. Segundo Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, a taxação é péssima para o segmento e afeta toda a cadeia, inclusive a indústria de suco dos EUA, que depende do Brasil como principal fornecedor externo. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja.
Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), também expressou preocupação, afirmando que a Tarifa de Trump irá onerar o consumidor de café nos EUA. O Brasil é o principal fornecedor de café para o país, e o setor espera que o bom senso prevaleça para evitar maiores prejuízos.
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) recebeu a notícia com surpresa e grande preocupação. Haroldo Ferreira, presidente-executivo da entidade, classificou a medida como um “balde de água fria” para o setor calçadista. Apesar das instabilidades, o setor vinha recuperando mercado nos EUA, com crescimento nas exportações.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também se manifestou, afirmando que qualquer aumento de tarifa sobre produtos brasileiros impacta negativamente o setor de carne bovina e dificulta o comércio internacional. A associação se colocou à disposição para contribuir com o diálogo e evitar impactos negativos para os setores produtivos e consumidores americanos.
O impacto da Tarifa de Trump é amplamente sentido pelos exportadores brasileiros. Os setores de café, calçados, laranjas e carnes, que têm forte presença nos Estados Unidos, avaliam os possíveis impactos e buscam alternativas para mitigar os prejuízos decorrentes da medida. A incerteza paira sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.
Via InfoMoney