Impacto temporário de mudanças políticas nos investimentos verdes

Entenda como as políticas podem afetar o investimento em economia verde no Brasil e os desafios enfrentados.
17/08/2025 às 11:01 | Atualizado há 1 mês
Investimento em economia verde
Investidores em economia verde focam no médio e longo prazos, mesmo após o "efeito Trump". (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O investimento em economia verde está em alta, apesar de incertezas políticas. Mudanças como as oriundas do governo Trump são vistas como temporárias, mas ainda geram receios no mercado. O foco em soluções sustentáveis, especialmente no Brasil, se torna crucial para o futuro econômico.

O Brasil se destaca pela sua capacidade de produzir energia limpa, como biomassa e hidrogênio verde. Especialistas acreditam que o país pode se tornar um polo de soluções climáticas, aproveitando sua forte matriz energética. Essa transição é essencial para alinhar as demandas econômicas às metas ambientais.

Entretanto, a falta de créditos acessíveis e a fragmentação de iniciativas dificultam o processo. Com propostas para uma estratégia nacional eficiente, o Brasil pode atrair trilhões em investimentos verdes. Eventos como o Brazil Climate Summit são fundamentais para demonstrar o potencial brasileiro no cenário global.
A perspectiva de que investidores priorizam o médio e longo prazo no investimento em economia verde sugere que o impacto de mudanças políticas, como as associadas a Donald Trump, será passageiro. Apesar disso, a recente saída de bancos de alianças climáticas gera preocupação. Essa retração inclui instituições que integravam a Net-Zero Banking Alliance (NZBA), levantando questões sobre o futuro de agendas sustentáveis em organizações como o Banco Mundial e o FMI.

Apesar desses desafios, o investimento em economia verde é cada vez mais visto como uma necessidade econômica, especialmente no Brasil. José Niemeyer, do Ibmec, destaca o potencial do país em biomassa e hidrogênio verde, impulsionado pela forte produção agrícola. Essa visão alinha metas ambientais com as demandas de diversos setores econômicos.

Arthur Ramos, do Boston Consulting Group (BCG), vê o Brasil como um “hub de soluções climáticas”, combinando energia competitiva e uma matriz energética limpa. Ele aponta avanços regulatórios, como a lei do “combustível do futuro”, que expande a produção de biocombustíveis como biodiesel, biometano e SAF. Em um cenário global instável, o Brasil se destaca como um local favorável para investimentos renováveis.

Um estudo recente revelou a existência de 159 mecanismos financeiros e 111 instituições que atuam no financiamento da bioeconomia na Amazônia Legal. A pesquisa, realizada em parceria entre ABDE e outras instituições, aponta que o crédito ainda precisa ser ampliado, enfrentando desafios como a fragmentação de iniciativas, questões logísticas e taxas de juros elevadas para negócios comunitários.

O relatório recomenda a criação de uma estratégia nacional para o setor, que articule fontes de financiamento públicas, privadas e multilaterais, estabelecendo prioridades territoriais e fortalecendo a presença de financiadores junto às comunidades locais. Segundo a BCG, o Brasil pode atrair entre US$ 2,6 trilhões e US$ 3 trilhões em investimento em economia verde se as empresas cumprirem as metas de emissão zero até 2050.

Ramos organiza o Brazil Climate Summit em Nova York, com o objetivo de mostrar o potencial do país como um polo global de produtos industriais verdes. Em um ambiente global complexo, o Brasil se destaca como um local com soluções rápidas para a redução de emissões, como biomassa e biometano, atraindo o olhar de investidores focados em sustentabilidade.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.