A possível venda da Warner para Netflix ou Paramount pode alterar o modelo tradicional de exibição nos cinemas brasileiros. Isso pode reduzir lançamentos, impactando bilheteria e duração dos filmes nas salas.
Associações de exibidores alertam para o risco da concentração do mercado e defendem uma janela maior entre estreia no cinema e plataformas digitais para proteger o setor. O público brasileiro já prefere assistir filmes via streaming, o que fragiliza o cinema tradicional.
Os shoppings têm papel importante no fluxo de visitantes devido aos cinemas. Com quedas nas bilheterias e visitas, a venda da Warner pode agravar essa situação, afetando vendas e movimento nos centros comerciais. O setor aposta na diversificação para manter público.
A possível venda da Warner para a Netflix ou a Paramount pode intensificar a pressão sobre o modelo de exibição tradicional dos cinemas, inclusive no Brasil. Se a transação avançar, a concentração do controle das produções audiovisuais por plataformas de streaming pode reduzir o número de filmes lançados nas salas, impactando a bilheteria e o tempo de permanência dos títulos nos cinemas gerais.
As associações brasileiras de exibidores de cinema, Abraplex e Feneec, alertam para riscos de condensação da cadeia audiovisual, onde as gigantes passam a ditar o ritmo dos lançamentos e suas exclusividades. Atualmente, 60% do público brasileiro prefere aguardar os lançamentos em streaming, indicando a fragilidade do setor cinematográfico convencional.
Essas entidades defendem a regulamentação de uma janela mínima de nove semanas (63 dias) entre a estreia e a chegada dos filmes às plataformas digitais, prazo maior que o atual, que gira em torno de 45 dias. Essa mudança visa preservar o apelo das salas para a audiência e a sustentabilidade das redes de cinema.
Além disso, o impacto se estende aos shoppings brasileiros, pois os cinemas exercem papel importante no fluxo de visitantes. Dados da Associação Brasileira de Shopping Centers mostram que as visitas estão 22% abaixo dos níveis pré-pandemia, e as bilheterias caíram 37%. A redução da frequência aos cinemas, com público indo menos a blockbusters, pode afetar as vendas e a movimentação nos centros comerciais.
Apesar disso, o setor de shopping tenta diversificar seu mix de atrações para manter o público. Analistas do ramo dizem que a experiência de combinar cinema com compras e lazer ainda é um hábito consolidado entre os brasileiros e que os shoppings possuem capacidade para se adaptar às mudanças no comportamento dos consumidores.
Via InfoMoney