A importância dos aeroportos e a nova abordagem das companhias aéreas

Entenda como a inovação no setor aéreo está transformando a necessidade de aeroportos.
25/05/2025 às 08:18 | Atualizado há 2 meses
JSX: experiência de voo
JSX transforma a aviação nos EUA com voos rápidos e sem filas, conectando aeroportos menores. (Imagem/Reprodução: Exame)

Viajar entre São Paulo e Rio pode levar mais de duas horas, mesmo em um voo que dura apenas 45 minutos. O trânsito até o aeroporto, o check-in, a segurança e as filas tornam essa experiência frustrante para muitos. Para alguns brasileiros, a alternativa está em jatinhos e táxis aéreos, mas esse é um privilégio de poucos. Nos Estados Unidos, a JSX vem mudando a maneira de voar ao questionar a necessidade dos aeroportos tradicionais.

Fundada em 2016, a JSX proposta uma experiência de voo revolucionária. A empresa opera em pequenos terminais, como o Love Field em Dallas e o aeroporto de Burbank na Califórnia, ao invés de grandes hubs como o JFK de Nova York. A ideia é simples: voos sem filas e com check-in apenas 20 minutos antes da decolagem. Alex Wilcox, CEO da JSX, provocou uma reflexão: “Por que precisar de um edifício enorme entre seu carro e o avião?”.

A JSX atua em um espaço regulatório que permite operação como charter público com aeronaves de até 30 lugares. Essa flexibilidade atrai passageiros insatisfeitos com as longas esperas nos aeroportos, mas também chama a atenção do órgão regulador de aviação, a FAA, que avalia endurecer as regras sobre esse tipo de transporte. O futuro da empresa pode depender da evolução dessa regulação.

A proposta central da JSX é disponibilizar um JSX: experiência de voo similar à da aviação executiva, mas por preços acessíveis. Os jatos, fabricados pela Embraer, oferecem assentos espaçosos e wi-fi via Starlink, além de drinques de cortesia. Tudo isso fora dos terminais tradicionais, proporcionando um conforto desejável. Em 2024, a JSX já havia realizado 36.000 voos, operando com 46 aeronaves e cobrindo 25 mercados focados em rotas curtas.

Estima-se que a empresa tenha um faturamento na casa das centenas de milhões de dólares, em grande parte devido à liberdade regulatória que atua. Por conta do número reduzido de assentos, a JSX não está sujeita a algumas regras rígidas que afetam grandes companhias aéreas, o que tem gerado tensão no setor. As grandes empresas, como American Airlines e Southwest, veem na atuação da JSX uma ameaça à segurança da aviação.

A base de clientes da JSX é notável. Durante uma consulta pública da FAA, mais de 70.000 comentários foram registrados, muitos em apoio à empresa. Isso mostra o engajamento e a fidelidade dos usuários à marca. Alex Wilcox tem experiência no setor, sendo um dos fundadores da JetSuite e ex-funcionário da JetBlue e Virgin Atlantic.

O desafio é que, se a FAA decidir endurecer as regras, a JSX poderá ser obrigada a operar como uma companhia aérea convencional, com o impacto que isso implica em custos e burocracia. Wilcox afirmou que está pronto para lutar judicialmente se necessário, mostrando a determinação da JSX em manter sua proposta de JSX: experiência de voo.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.