Em um mercado de trabalho em constante transformação, subestimar profissionais 50+ pode ser um erro estratégico crucial para as empresas. A experiência de Milton Beck, ex-executivo da Microsoft, ilustra como o preconceito etário ainda é uma barreira significativa, desvalorizando talentos experientes e impactando a inovação e a competitividade das organizações.
O aumento da expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade têm levado a carreiras mais longas e a uma força de trabalho com maior representatividade de profissionais experientes. No Brasil, dados do IBGE revelam que os trabalhadores acima de 50 anos já superam a Geração Z em número, representando 27% da força de trabalho.
Apesar dessa crescente presença, muitos recrutadores hesitam em contratar candidatos com mais de 45 anos. Um estudo da McKinsey aponta que mais da metade dos recrutadores têm essa hesitação, mesmo diante de evidências de que esses profissionais podem ter um desempenho igual ou superior aos mais jovens.
Esse preconceito se estende além da contratação. Muitas empresas ainda associam inovação e aprendizado contínuo exclusivamente às gerações mais jovens. Essa visão ignora a capacidade e a disposição dos trabalhadores experientes em se reinventarem e aprenderem novas habilidades.
Um equívoco comum é associar tecnologia apenas à juventude. A inovação não tem idade, e profissionais que dominam novas tecnologias mantêm sua competitividade no mercado. Pesquisas do LinkedIn mostram que trabalhadores seniores estão investindo ativamente em qualificação profissional, com 50% da Geração X e dos Baby Boomers buscando novas habilidades e certificações.
A resistência ao uso de novas tecnologias não é uma questão geracional, mas sim uma barreira individual que pode ser superada com acesso à informação e capacitação. A inclusão geracional deve ser parte da cultura corporativa, com lideranças reconhecendo o valor da diversidade geracional e criando ambientes inclusivos.
Empresas devem investir na capacitação de seus funcionários, garantindo acesso a treinamentos em novas tecnologias e metodologias. Processos seletivos mais justos, focados nas habilidades, são fundamentais para aproveitar o melhor de cada profissional. A experiência deve ser vista como um ativo valioso, e não como um fardo.
Um estudo da McKinsey revelou que 87% dos empregadores consideram as contratações de profissionais com mais de 45 anos tão boas ou mais satisfatórias do que as de mais jovens. Além disso, 90% acreditam que esses contratados têm um grande potencial de permanecer na empresa a longo prazo.
O futuro do trabalho é multigeracional. Ele pertence àqueles que continuam aprendendo, se reinventando e contribuindo, independentemente da idade. É hora de superar estereótipos e reconhecer que a experiência é um diferencial competitivo, e não um obstáculo.
Via Forbes Brasil