Ao frequentarmos academias, geralmente nos preocupamos com a qualidade dos equipamentos, a expertise dos instrutores, os custos das mensalidades, a climatização, a higiene e a quantidade de pessoas. Contudo, um aspecto crucial frequentemente negligenciado é a qualidade do ar em academias, um fator essencial para garantir que a busca por uma saúde melhor não acabe gerando riscos.
A poluição do ar, tanto externa quanto interna, é uma questão urgente e relevante. Passamos cerca de 90% a 95% do nosso tempo em ambientes fechados, como residências, escritórios e academias, o que torna a qualidade do ar em academias um ponto crítico a ser considerado.
Durante a prática de exercícios físicos, nosso corpo passa por alterações fisiológicas que aumentam a suscetibilidade aos poluentes. A respiração pela boca, que ignora os mecanismos de filtragem do nariz, o aumento da temperatura corporal e a intensificação do metabolismo podem potencializar os efeitos nocivos dos poluentes inalados.
Pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em colaboração com cientistas italianos, realizaram um estudo que revelou que quase 80% das academias apresentaram níveis de CO₂ acima do recomendado pelas normas nacionais.
Essa pesquisa também apontou que os praticantes de exercícios em academias com maiores concentrações de CO₂ apresentaram duas vezes mais chances de desenvolver um humor negativo. Além disso, estimou-se um aumento no risco de infecções como gripe e tuberculose durante os horários de pico.
O CO₂, embora não cause graves problemas em baixas concentrações, pode gerar efeitos adversos quando em níveis elevados. Para mitigar esses riscos, sugere-se que as academias adotem rotinas que promovam a ventilação natural, abrindo portas e janelas.
É fundamental que os frequentadores de academias observem se há uma renovação adequada do ar no ambiente. Essa atenção deve se estender a outros locais fechados, como escritórios, salas de aula e dormitórios. Em geral, os benefícios do exercício superam os riscos da poluição, exceto em casos de poluição severa.
Os riscos associados à qualidade do ar em academias dependem do tempo de exposição e da intensidade do esforço físico. Embora invisível, a qualidade do ar em academias é crucial para a saúde.
Via TecMundo