Inadimplência no agronegócio deve reduzir no primeiro trimestre de 2026, afirma presidente da Caixa

Inadimplência no agronegócio deve começar a diminuir no início de 2026, segundo presidente da Caixa Econômica Federal.
11/11/2025 às 06:02 | Atualizado há 2 horas
               
Inadimplência do agro
Carlos Antônio Vieira, presidente da Caixa, fala com exclusividade ao InfoMoney Entrevista. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A inadimplência no agronegócio tem sido influenciada por ações oportunistas que incentivam pedidos de recuperação judicial, o que afeta negativamente o setor. Carlos Antônio Vieira, presidente da Caixa, acredita que essa situação deve melhorar a partir do primeiro trimestre de 2026.

Vieira comparou o cenário atual do crédito rural com o mercado imobiliário há 15 anos, quando o excesso de liquidez gerou dificuldades financeiras. O agronegócio passou por expansão de crédito, mas o excesso de financiamento para formação de bens econômicos demorados agravou a inadimplência.

Apesar do aumento nos índices devido a fatores climáticos e econômicos, a expectativa é que a curva de inadimplência alcance o pico e comece a cair em 2026. A estabilização do crédito e medidas para combater práticas oportunistas podem ajudar na recuperação do setor.
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A inadimplência do agro entre clientes tem sido impactada por ações oportunistas que incentivam a recuperação judicial de empresas do setor. Carlos Antônio Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, revelou em entrevista exclusiva ao InfoMoney que essa situação deve começar a melhorar no primeiro semestre de 2026.

Vieira traçou um paralelo entre o cenário atual do crédito rural e o mercado imobiliário de 15 anos atrás, quando o excesso de liquidez gerou investimentos desordenados e dificuldades financeiras. Segundo o executivo, o agronegócio passou por um período de expansão de crédito que, em parte, resultou em excesso de financiamento destinado à formação de bens econômicos, que demandam tempo para maturação.

A situação foi agravada por indivíduos que incentivam pedidos de recuperação judicial. Vieira destacou que existem “situações oportunistas” criadas por aqueles que não querem o bem do Brasil, prejudicando todo o setor. Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, também mencionou que escritórios de advocacia estavam incentivando pedidos de recuperação judicial focados no banco, classificando a situação como litigância predatória e estudando medidas legais para combater o problema.

Apesar do aumento da inadimplência, Vieira acredita que a curva está próxima do ápice e que a tendência de queda deve começar já no início de 2026. Ele afirmou estar confiante de que a queda começará a partir de janeiro ou do primeiro trimestre de 2026.

A inadimplência do agro tem crescido nos bancos públicos federais, incluindo Caixa, Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa). Esse aumento reflete os desafios climáticos e econômicos enfrentados pelo setor. Na Caixa, a inadimplência do agronegócio subiu para 7,02% no segundo trimestre de 2025, um aumento de 4,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior, levando o banco a restringir o crédito ao setor.

No Banco do Brasil, maior agente financeiro do agronegócio com quase 50% de participação de mercado, a inadimplência do segmento atingiu 3,94% no primeiro semestre de 2025, ante 1,32% um ano antes. Especialistas apontam que os principais fatores para a piora são eventos climáticos adversos, como excesso de chuva no Sul e seca no Nordeste, além do impacto da alta da taxa Selic, que chegou a 15% ao ano, elevando o custo do crédito e pressionando a capacidade de pagamento dos produtores.

O cenário de inadimplência do agro é complexo, influenciado por fatores macroeconômicos e ações específicas que impactam a saúde financeira das empresas do setor. A expectativa é que, com a estabilização do crédito e a superação de desafios climáticos, a situação comece a se normalizar a partir de 2026.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.