Indústria brasileira registra menor queda, mas maior perda de empregos em 2 anos e meio

Setor industrial brasileiro desacelera queda, mas enfrenta maior corte de vagas em 2,5 anos, revela pesquisa de outubro.
03/11/2025 às 11:02 | Atualizado há 14 horas
               
Queda da indústria do Brasil
PMI da indústria brasileira sobe para 48,2 em outubro, maior desde setembro. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A indústria do Brasil mostrou sinais de recuperação em outubro, com a queda no setor perdendo força devido à redução da pressão sobre os custos. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) subiu para 48,2, apontando contração menos intensa pelo sexto mês seguido.

Apesar dessa melhora, o setor enfrenta desafios, como a retração da demanda interna e externa e as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Esses fatores levaram à maior perda de empregos industriais em 2,5 anos, principalmente devido a cortes de custos e queda nas encomendas.

Apesar disso, os produtores industriais estão esperançosos para os próximos meses, com expectativa de aumento na produção e investimentos. A confiança é a mais alta desde junho, impulsionada por expectativas de melhoria na demanda e lançamentos de novos produtos.
A queda da indústria do Brasil apresentou sinais de arrefecimento em outubro, impulsionada pela diminuição da pressão nos custos. No entanto, o setor ainda enfrenta desafios significativos, como a retração da demanda e as tarifas impostas pelos Estados Unidos, resultando na maior perda de empregos dos últimos dois anos e meio.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira, calculado pela S&P Global, registrou um aumento, atingindo 48,2 em outubro, comparado a 46,5 em setembro. Apesar da melhora, o índice permanece abaixo da marca de 50, indicando contração pelo sexto mês consecutivo.

A pesquisa aponta que tanto as novas encomendas quanto a produção experimentaram um declínio mais lento em outubro. A taxa de contração na produção atingiu o nível menos intenso em seis meses, enquanto a redução nas vendas foi a mais branda desde maio.

As dificuldades do setor incluem tendências de demanda desfavoráveis e a política tarifária dos EUA. Paralelamente, foram observadas reposições entre alguns clientes, investimentos nos departamentos de venda e um aumento na demanda por um conjunto limitado de produtos.

A demanda internacional por produtos brasileiros apresentou a piora mais acentuada em três meses, com os entrevistados apontando os Estados Unidos como a principal fonte dessa fraqueza. Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, ressaltou que houve uma combinação de fatores positivos e negativos. Ela destacou o impacto adverso das tarifas dos EUA, que resultou em uma contração significativa nas encomendas internacionais.

A diminuição nos novos pedidos e a implementação de medidas de corte de custos geraram uma redução substancial no emprego nas fábricas brasileiras em outubro, com o ritmo de cortes sendo o mais forte desde abril de 2023. Algumas empresas mencionaram a falta de mão de obra especializada para preencher as vagas existentes.

No que se refere aos preços, um aumento quase imperceptível nos custos de insumos, após a primeira queda em quase dois anos em setembro, permitiu que o setor registrasse a segunda redução consecutiva nos preços cobrados. Alguns participantes da pesquisa relataram preços mais elevados de commodities, enquanto outros destacaram uma taxa de câmbio mais favorável.

Os produtores se mostram confiantes em relação ao futuro, com expectativas de aumento na produção nos próximos 12 meses. Essa perspectiva é impulsionada pela esperança de melhora na demanda, aquisições, investimentos e lançamentos de novos produtos. Como resultado, o nível de sentimento positivo atingiu o patamar mais alto em quatro meses em outubro.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.