Em um cenário de contínua reestruturação do Grupo Casas Bahia, o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, enfrenta desafios macroeconômicos imprevisíveis. Apesar de projetar um mercado estagnado para 2025, mesmo com incentivos, ele mantém o foco em fatores sob seu controle. Nos últimos dois anos, essa abordagem estratégica permitiu à empresa realizar ajustes significativos, minimizando a dependência de melhorias macroeconômicas que não se concretizaram.
O contexto global em transformação também impacta as operações, influenciando os preços de certos segmentos industriais. A nova política de tarifas de importação dos Estados Unidos já se reflete nos preços praticados. Surpreendentemente, os preços para o Dia das Mães estão mais acessíveis do que na Black Friday, impulsionados por investimentos da indústria.
Essa conjuntura posiciona o Brasil como um mercado atraente para fornecedores e novos participantes, atenuado pelo “tarifaço”. Em uma entrevista, Renato Franklin também abordou a movimentação de acionistas importantes, como Rafael Ferri e Michael Klein, que causaram oscilações nas ações recentemente.
Segundo o CEO da Casas Bahia, a gestão mantém uma postura neutra em relação a essas movimentações. Ele enfatiza que não há divergências sobre a estratégia atual da empresa. Todos concordam que o crescimento maior está nas lojas físicas e no crediário, e que a prioridade é otimizar a estrutura de capital em busca de maior rentabilidade em vez de expansão.
A gestão da companhia interpreta o cenário macroeconômico atual, marcado por altas taxas de juros e uma guerra tarifária global, com cautela. Para o CEO da Casas Bahia, prever o futuro macroeconômico é complexo, devido a inúmeras variáveis e um contexto global desafiador.
A decisão de implementar medidas mais rigorosas foi acertada, evitando depender de uma melhora no cenário macro, que acabou se deteriorando ainda mais. No segundo semestre de 2024, o setor de linha branca e móveis impulsionou os resultados da empresa. A expectativa para 2025 é de um mercado estável, sem crescimento significativo, mesmo com incentivos.
Apesar disso, o CEO da Casas Bahia ressalta que revisões de incentivos e injeções de liquidez podem beneficiar o público consumidor da empresa. A isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e programas de incentivo podem injetar recursos na economia, impulsionando o consumo.
A guerra tarifária global também apresenta desafios e oportunidades para o CEO da Casas Bahia. Fornecedores internacionais enxergam um mundo menos globalizado, o que traz complexidades. No entanto, o Brasil pode se beneficiar, com o agronegócio exportando mais para a China. Além disso, a indústria em geral pode priorizar o mercado brasileiro, já que enfrenta dificuldades nos Estados Unidos e na Europa.
A estratégia da Casas Bahia é combinar a tradição da marca com o ambiente de vendas digitais. A pandemia acelerou a necessidade de fortalecer o canal digital, que hoje representa 40% da receita da empresa. A marca é líder de mercado em eletrodomésticos há 19 anos, o que permite vender tanto para o público de alta renda quanto para o consumidor médio.
O “carnezinho” digital é um exemplo de inovação que permite alcançar clientes em cidades sem lojas físicas da Casas Bahia. Essa iniciativa expandiu a base de clientes para 116 milhões, com 40 milhões autorizando contato via WhatsApp. Essa escala comercial, combinada com descontos atrativos, fortalece a posição da empresa.
O foco no digital apresenta desafios, especialmente em relação ao parcelamento no cartão sem juros, que pode impactar a rentabilidade. Por isso, o CEO da Casas Bahia, prioriza o crescimento nas lojas físicas e no crediário.
A volatilidade recente nas ações da Casas Bahia, impulsionada por investidores como Rafael Ferri e Michael Klein, é encarada pela administração da empresa com neutralidade. A prioridade é aprimorar a operação, a estrutura de capital e entregar resultados consistentes.
A ampla base de acionistas pessoa física traz uma dinâmica de mercado diferenciada, com grande volume de negociações diárias. A saída de investidores estrangeiros do Brasil também contribui para a volatilidade, desencadeando *short squeezes* com maior frequência.
A administração da Casas Bahia mantém um bom relacionamento com todos os acionistas e busca garantir transparência e governança. Não há divergências em relação à estratégia da empresa, com todos concordando que o crescimento deve vir das lojas físicas e do crediário, priorizando a rentabilidade.
Não houve mudanças na estratégia da Casas Bahia. O foco continua sendo gerar lucro para crescer. A empresa tem se comunicado com os *stakeholders* e todos estão alinhados com essa visão. A discussão sobre a inclusão de uma cláusula de *poison pill* no estatuto da companhia, para evitar ofertas hostis, foi abandonada após uma discussão entre os acionistas.
Via InfoMoney