Indústria e Varejo se Destacam na Reforma Tributária

Estudo revela que a reforma tributária beneficia a indústria e o varejo, enquanto os serviços enfrentam desafios.
11/07/2025 às 06:02 | Atualizado há 3 semanas
Reforma tributária
Ampliação dos créditos tributários impulsiona indústrias e comércios em suas cadeias. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Reforma tributária tem sido um tema central no debate público, especialmente no que se refere à alíquota de 28% estimada para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Um estudo da Omnitax lança luz sobre os impactos mais amplos dessa reforma nos setores produtivos, revelando mudanças significativas no cenário tributário brasileiro. Prepare-se para entender como a nova tributação sobre o consumo pode afetar a indústria, o varejo e, principalmente, o setor de serviços.

A análise da Omnitax, focada no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), indica um potencial aumento nos lucros líquidos da indústria em até 10 pontos percentuais, enquanto o varejo pode experimentar um acréscimo de até 5 pontos. Essa ampliação de lucros está intrinsecamente ligada à expansão do sistema de créditos tributários, que beneficia especialmente os setores com longas cadeias de fornecimento, como a indústria e o comércio.

De acordo com Marcos Camilo, CEO da consultoria Pulse Capital, a unificação dos sistemas tributários proporcionada pelo IBS e pela CBS ampliará a possibilidade de tomada de crédito, substituindo impostos como ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS, cada um com suas próprias regras de creditamento. Essa mudança pode impulsionar a competitividade e a lucratividade, permitindo ao varejo, por exemplo, manter preços e aumentar seus lucros ou reduzir os preços para ganhar maior fatia de mercado.

No entanto, o estudo aponta que o setor de serviços pode enfrentar desafios consideráveis com a Reforma tributária. Paulo Zirnberger, CEO da Omnitax, destaca que o setor de serviços pode ter que aumentar seus preços em até 40% para manter a rentabilidade atual. Isso ocorre devido a um aumento médio de 267% na carga tributária indireta para esse setor, tornando a dinâmica particularmente desafiadora.

Essa situação pode levar empresas do Simples Nacional a migrarem para regimes de lucro real ou presumido, já que grandes empresas tendem a preferir prestadores de serviços alinhados à lógica de créditos tributários da reforma. Haroldo da Silva, vice-presidente do Corecon-SP, ressalta que essa redistribuição da carga tributária pode gerar uma reacomodação estrutural nos preços da economia, impactando a localização de fornecedores, a cadeia de distribuição e os contratos com parceiros.

Apesar dos desafios, a Reforma tributária tem o potencial de trazer avanços significativos, como maior transparência no sistema tributário. Haroldo da Silva enfatiza que o consumidor poderá saber exatamente quanto paga de imposto na aquisição de bens e serviços, algo que não é claro atualmente. A longo prazo, essa reforma pode corrigir distorções históricas e criar um ambiente mais racional e previsível para os negócios.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.