No cenário atual da América Latina, a busca por alternativas mais limpas e eficientes tem impulsionado mudanças significativas no setor de biocombustíveis. A Inpasa, reconhecida como uma das maiores produtoras de etanol de grãos do continente, lidera este movimento ao investir em tecnologias que combinam ganhos ambientais, redução de custos e otimização de processos. Entre as iniciativas implementadas, destacam-se sistemas de reaproveitamento energético, regeneração de água e automação em grande escala.
Éder Lopes, conselheiro executivo da Inpasa, ressalta que a empresa foca em duas frentes principais: a eficiência energética e sustentabilidade e a eficiência industrial, buscando constantemente aprimorar a qualidade de seus produtos e coprodutos. Um dos avanços mais notáveis, segundo ele, foi a implementação de um circuito integrado capaz de recuperar energia de diversas partes da planta industrial, convertendo-a em efluentes que geram biogás.
A água residual, submetida a processos de osmose e ultrafiltração, é reintroduzida no sistema produtivo, o que diminui consideravelmente a necessidade de captação externa. Wagner Langner, vice-presidente industrial da companhia, destaca a integração de três benefícios em um único processo: economia de energia, geração de biogás e redução no consumo de água.
Na unidade de Dourados (MS), onde a tecnologia está mais avançada, a empresa já conseguiu reduzir em 70% a captação de água nas torres de resfriamento. Além disso, a economia de energia térmica alcança 22%, com a expectativa de atingir 40% conforme os ajustes forem implementados em outras unidades.
A automação desempenha um papel estratégico neste processo. De acordo com Langner, ela tem sido um pilar da companhia desde sua fundação. O principal objetivo da automação é garantir padrão e qualidade, reduzir variações e melhorar a eficiência dos processos.
Outro diferencial da Inpasa é o modelo energético que adota. Enquanto produtores nos Estados Unidos utilizam gás natural, a empresa opera com biomassa. Essa escolha, combinada ao uso do milho de segunda safra, que exige menor quantidade de fertilizantes nitrogenados, contribui para uma significativa redução na pegada de carbono.
Langner explica que o milho utilizado pela Inpasa possui um índice de emissão muito menor. Dentro da planta, a energia é reutilizada em cascata, sendo aproveitada até três vezes em diferentes processos. Isso torna a empresa mais sustentável e menos dependente de insumos externos.
A autossuficiência energética das biorrefinarias também é um ponto relevante. Embora o aumento do uso de energia térmica possa reduzir momentaneamente a cogeração elétrica, o modelo adotado busca ganhos operacionais mais consistentes a longo prazo.
A Inpasa busca constantemente o equilíbrio entre eficiência, custo e eficiência energética e sustentabilidade, utilizando a tecnologia para transformar o que antes era impossível em rotina industrial. As práticas adotadas pela Inpasa demonstram um compromisso com a inovação e a sustentabilidade no setor de biocombustíveis.
Via Forbes Brasil
